Putin diz que procura "solução diplomática" para fim da guerra na Ucrânia

O chefe de Estado da Rússia, Vladimir Putin, agradeceu a disponibilidade ao seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, nas conversações de paz que têm decorrido entre Moscovo e Kyiv. Os líderes falaram ainda da escalada de violência na Síria.

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© MIKHAIL METZEL/POOL/AFP via Getty Images

Teresa Banha com Lusa
18/07/2025 19:21 ‧ há 2 dias por Teresa Banha com Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse, esta sexta-feira, que a Rússia está "empenhada na procura de uma solução política e diplomática para o conflito" com a Ucrânia.

 

De acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, as declarações foram feitas ao presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, com quem conversou ao telefone.

Segundo o que a agência estatal russoa explica, durante o telefonema Putin agradeceu ainda a Erdogan pela sua prontidão e por estar a disponibilizar-se para as conversações de paz entre Moscovo e Kyiv.

De acordo com a mesma nota, os dois líderes concordaram em manter-se em contacto, assim como discutiram outros assuntos, nomeadamente, a escalada de violência na Síria.

"Manifestaram a sua preocupação com a violência crescente no país, salientando que era fundamental a situação estabilizar o amis rapidamente possível através do diálogo", lê-se no comunicado, que dá ainda conta de "as duas partes sublinharam a necessidade de respeitar a soberania, a unidade e a integridade territorial da Síria."

O que se passa na Síria?

A província de Sweida, no sul da Síria, foi nos últimos dias palco de confrontos sangrentos entre tribos beduínas e fações drusas, cujas tensões são antigas. Sweida é controlada por uma maioria drusa, uma minoria religiosa que está presente na Síria, mas também no Líbano e em Israel.

As novas forças governamentais da Síria enviaram reforços para repor a segurança na região e assumiram o controlo de várias localidades, mas acabaram por se retirar após ataques aéreos israelitas (realizados sob o argumento da defesa da minoria drusa) e um cessar-fogo acordado na quarta-feira.

Do lado de Ancara, e após o telefonema com Putin, a presidência turca indicou que Erdogan reconheceu que estes novos confrontos armados ameaçam a paz na região.

Erdogan explicou a Putin que os combates, após a retirada das forças de segurança sírias de Sweida, "criam uma ameaça para toda a região", acrescentando que, na sua opinião, é essencial que Israel não viole a soberania síria.

Nos últimos dias, Ancara manifestou-se a favor do apoio ao envio de tropas oficiais do Governo sírio para Sweida, uma decisão a que os grupos drusos se opuseram no passado.

Após a queda do regime do presidente sírio Bashar al-Assad, em dezembro, surgiram preocupações quanto ao destino das minorias étnicas no país sob o novo Governo de transição sírio, liderado por Ahmad al-Sharaa, um antigo líder rebelde islamita.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados detalhou, esta sexta-feira, que elo menos 60 mil pessoas foram deslocadas na recente onda de violência em Al-Sweida, sendo impossível uma estimativa imparcial do número de mortos. A  Organização Internacional para as Migrações indica, no entanto, que são 80 mil as pessoas deslocadas desde domingo.

Quase 80.000 deslocados devido à violência no sul da Síria

Quase 80.000 deslocados devido à violência no sul da Síria

Quase 80.000 pessoas fugiram das suas casas na província de Sweida, no sul da Síria, na sequência das violências começaram no domingo na região, indicou hoje a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Lusa | 18:21 - 18/07/2025

O ACNUR é a única organização internacional com presença direta naquela cidade síria, de maioria drusa, onde conta com 18 colaboradores, que tiveram, no entanto, de ser retirados da região devido à insegurança.

A organização já tinha conseguido reafetar mantimentos de emergência e estava a trabalhar na criação de centros de abrigo coletivo para pessoas que tiveram de fugir da violência na área.

"A situação é alarmante. É difícil operar e a nossa capacidade é limitada, enquanto as necessidades são consideráveis, especialmente para a assistência médica. Temos 'stocks' e esperamos distribuí-los assim que a situação de segurança o permita", disse o porta-voz do ACNUR em Genebra, William Splinder.

A violência começou no domingo entre grupos armados drusos e tribos beduínas, mas quando o governo interino em Damasco enviou forças militares, foi aberta uma frente adicional de confrontos.

[Notícia atualizada às 19h36]

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