Quase 80.000 deslocados devido à violência no sul da Síria

Quase 80.000 pessoas fugiram das suas casas na província de Sweida, no sul da Síria, na sequência das violências começaram no domingo na região, indicou hoje a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Fighters from Bedouin tribes deploy in the Druze-majority town of Mazra'a

© Lusa

Lusa
18/07/2025 18:21 ‧ há 3 dias por Lusa

Mundo

Síria

A organização especifica que "79.339 pessoas foram deslocadas desde 13 de julho, das quais 20.019 só no dia 17 de julho", de acordo com um comunicado.

 

A OIM acrescentou que os "serviços essenciais em Sweida, como eletricidade e água, entraram em colapso", enquanto a "escassez de combustível paralisou os transportes e dificultou as operações de evacuação de emergência".

O número avançado pela OIM é significativamente superior ao dado poucas horas antes pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que contabilizou cerca de 60.000.

No entanto, o ACNUR sublinhou o total foi registado apenas nos últimos três dias, admitindo que o número poderá ser bastante maior.

"A violência já provocou pelo menos 60 mil deslocados, sendo impossível uma estimativa imparcial do número de mortos", declarou o ACNUR, única organização internacional com presença direta naquela cidade síria, onde conta com 18 colaboradores, que tiveram de ser retirados da região devido à insegurança.

No entanto, a organização já tinha conseguido reafetar mantimentos de emergência e estava a trabalhar na criação de centros de abrigo coletivo para pessoas que tiveram de fugir da violência na área.

Uma porta-voz do Gabinete de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, disse que conseguiram recolher informações em primeira mão de familiares de vítimas e testemunhas das atrocidades cometidas em Sweida, de onde as pessoas continuam a fugir.

Através de canais credíveis, esta agência recebeu relatos de abusos generalizados, incluindo execuções sumárias e assassínios arbitrários, raptos, destruição de propriedade privada e pilhagens de casas.

"Os alegados perpetradores incluem membros das forças de segurança e indivíduos afiliados das autoridades provisórias, bem como outros elementos armados na área, incluindo drusos e beduínos", afirmou.

As autoridades sírias negaram já que as tropas regulares estejam a preparar para um novo destacamento em Sweida, na sequência de novos combates entre militantes drusos e beduínos apoiados pelas forças de segurança.

A organização não-governamental (ONG) Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) avançou que mais de 590 pessoas morreram desde o início dos confrontos na semana passada, entre milicianos drusos e beduínos apoiados por tribos árabes e forças de segurança.

Hoje, fonte do hospital governamental de Sweida adiantou ter recebido "mais de 400 corpos desde a manhã de segunda-feira.

"Não há mais espaço no necrotério, os corpos estão na rua" em frente ao hospital, afirmou Omar Obeid, presidente da secção de Sweida da Ordem dos Médicos local, à agência de notícias France-Presse (AFP).

Os confrontos começaram no domingo à noite entre combatentes drusos e tribos beduínas locais antes da intervenção das forças do governo sírio, acusadas de também terem combatido os grupos drusos.

A situação levou Israel a bombardear alvos de tropas governamentais em Sweida e até a sede do Ministério da Defesa sírio em Damasco, ameaçando adotar novas medidas para proteger membros da minoria drusa, que também vive em Israel.

As autoridades sírias que derrubaram o regime do ex-presidente Bashar al-Assad em dezembro, lideradas pelo grupo militante islâmico sunita Hayat Tahrir al-Sham (HTS), prometeram estabilizar a situação.

Leia Também: Hospital de Sweida contabilizou "mais de 400 corpos desde segunda-feira"

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas