Pais de estudantes mexicanos desaparecidos exigem reunião com Obrador

Os pais dos 43 estudantes desaparecidos no México em setembro de 2014 exigiram, esta quarta-feira, uma reunião com o Presidente Andrés Manuel López Obrador, para que determine a entrega dos documentos em falta, essenciais para resolver o caso.

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Lusa
27/07/2023 06:42 ‧ 27/07/2023 por Lusa

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"Pedimos uma reunião com o presidente. É importante dizer-lhe que não pode brincar com 43 pais, com quem os apoia, e que todo o México tem o direito de saber o que aconteceu", realçou, em conferência de imprensa, Mario González, pai de César Manuel González, um dos estudantes desaparecidos em 26 de setembro de 2014.

Investigadores estrangeiros independentes concluíram na terça-feira que o Estado mexicano é responsável pela ocultação de informações no caso dos 43 estudantes desaparecidos no México, considerando "impossível" prosseguir a perícia iniciada em 2015.

Esta retenção de informação "constituiu responsabilidade do Estado no desaparecimento dos jovens", disse à imprensa um dos peritos, o espanhol Carlos Beristain.

Os familiares reuniram-se esta quarta-feira com a comissão criada pelo atual governo, exigindo que o Procurador-Geral da República continue as investigações realizadas por estrangeiros independentes.

Os peritos estrangeiros consideraram "impossível" continuar a sua investigação face à "insistência em negar coisas que são óbvias" por parte do Estado, na apresentação do sexto e último relatório dos peritos.

O caso dos "Ayotzinapa 43", que atraiu uma atenção excecional dos meios de comunicação social locais e estrangeiros, é a face oculta da "tragédia humana" - como diz a Organização das Nações Unidas - das mais de 100.000 pessoas desaparecidas no México.

Os 43 estudantes da escola de formação de professores de Ayotzinapa, de origem humilde, desapareceram na noite de 26 para 27 de setembro de 2014, em Iguala, no Estado de Guerrero, no sul do país.

Segundo a "verdade histórica" do anterior Governo (2012-2018), foram detidos pela polícia local, em conluio com criminosos que mataram os estudantes e fizeram desaparecer os corpos.

Esta versão oficial foi posta em causa pelos peritos do Grupo Interdisciplinar de Peritos Independentes (GIEI), que iniciou as suas investigações em 2015, na sequência de um acordo entre o México e a Comissão Interamericana dos Direitos Humanos.

No seu último relatório, publicado na terça-feira, o GIEI voltou a insistir na responsabilidade do Exército mexicano, que "permitiu" e "encobriu" os factos.

A advogada colombiana Angela Buitrago afirmou que existem provas da presença de polícias e militares no interior do tribunal de Iguala na noite em que os estudantes desapareceram.

O GIEI conclui o seu mandato depois de o Presidente mexicano Andrés Manuel Lopez Obrador se ter comprometido a garantir o pleno acesso aos arquivos.

Há um ano, um relatório de uma comissão criada pelo atual Governo reconheceu a responsabilidade de militares e funcionários públicos no rapto e morte dos estudantes.

Em agosto de 2022, o ex-Procurador-Geral Jesus Murillo Karam, principal defensor da "verdade histórica", foi detido preventivamente.

No entanto, os peritos do GIEI denunciaram "incoerências" na investigação efetuada pela Comissão da Verdade. Apenas os restos mortais de três vítimas foram localizados e identificados.

Leia Também: Estado mexicano terá ocultado informação de estudantes desaparecidos

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