Palestino-americanos com 'porta aberta' com acordo entre EUA e Israel
Em troca, os cidadãos israelitas terão acesso facilitado nos Estados Unidos, sem precisarem de visto de entrada.
© Reuters
Mundo Palestina
Os cidadãos com nacionalidade palestiniana e norte-americano terão um acesso mais facilitado para voltar à Palestina, após um acordo anunciado esta quarta-feira entre os Estados Unidos e Israel - que permitirá que estas entradas possam ser feitas através do aeroporto de Telavive.
O acordo surge após anos de reivindicação por parte de pessoas palestinianas que vivem e se refugiaram nos EUA, que apenas podiam voltar aos territórios palestinianos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza através da Jordânia ou do Egito.
Em contrapartida, o governo israelita conseguiu que os seus cidadãos possam viajar para os Estados Unidos sem um visto de entrada, algo que procurava há anos. Esse privilégio é partilhado por cerca de 40 países nos continentes europeu e asiático, incluindo Portugal.
No entanto, este pedido foi sempre afastado por Washington D.C., que exige que os israelitas promovam um tratamento igual e justo para os seus cidadãos, incluindo aqueles com nacionalidade da Palestina, algo que muitas vezes não ocorre devido às medidas extremamente restritas aplicadas aos palestinianos, e de outras nacionalidades de países árabes.
O porta-voz do departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, disse à Associated Press que os os norte-americanos "vão monitorizar não só a implementação dessas políticas, como a sua conformidade com o programa de vistos". A decisão de admitir Israel no programa de vistos será anunciada a 30 de setembro.
Do lado do acesso de palestino-americanos, o conselheiro de segurança nacional de Israel acrescentou que a nova legislação irá entrar em efeito na quinta-feira.
No entanto, no comunicado em que anunciou a decisão, o governo de Telavive não mencionou a palavra 'Palestinianos' ou outras referências à Palestina, dando apenas referências bíblicas para o território da Cisjordânia, como "todos os norte-americanos, incluindo aqueles com dupla nacionalidade, que residam entre a Judeia e a Samária e na Faixa de Gaza".
Várias organizações não-governamentais e entidades de defesa dos direitos humanos, a nível mundial, consideram que o regime de Israel é de apartheid, uma descrição proclamada pela Amnistia Internacional.
A limitação da mobilidade e da vida social dos palestinianos passa também pelo impedimento destas pessoas usarem o aeroporto internacional de Ben Gurion, em Telavive, e muitos cidadãos que vivem noutros países (como nos EUA) veem-se impedidos de voltar à Palestina pelo aeroporto, entrando pela Jordânia.
Leia Também: ONU acusa Israel de transformar a Palestina em prisão a céu aberto
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com