'Capacete azul' das Nações Unidas morre em ataque de grupo armado na RCA
Um 'capacete azul' ruandês das forças de manutenção de paz das Nações Unidas morreu hoje na República Centro-Africana num ataque de um grupo armado, anunciou hoje a ONU, acrescentando que três dos assaltantes foram mortos.
© FLORENT VERGNES/AFP via Getty Images
Mundo ONU
"Hoje cedo, um soldado da paz ruandês foi morto quando a sua unidade foi atacada por membros de um grupo armado não identificado" durante uma patrulha para proteger a cidade de Sam-Ouandja, na prefeitura oriental de Haute-Kotto, disse Stéphane Dujarric, o porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, "condenando veementemente este ataque".
As forças de manutenção da paz da missão da ONU na República Centro-Africana (Minusca) "retaliaram e, de acordo com as primeiras informações que recebemos, três dos assaltantes foram mortos", acrescentou o porta-voz, em declarações citadas pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).
Os 'capacetes azuis' da ONU tinham-se deslocado para Sam-Ouandja no início de julho "em resposta a um ataque à cidade por um grupo armado que fugiu após uma primeira intervenção das forças de manutenção da paz", disse ainda o porta-voz, vincando que "nos últimos cinco dias, a missão alargou o seu perímetro de segurança em torno da cidade para proteger a comunidade e apoiar a entrega segura de ajuda humanitária".
As forças de manutenção da paz permanecerão no local, garantiu, concluindo que a Minusca estava em contacto com as autoridades centro-africanas para reforçar a presença das forças nacionais na zona.
Pelo menos 32 soldados e polícias em missões de manutenção da paz da ONU foram mortos em todo o mundo em 2022, incluindo quatro na República Centro-Africana, de acordo com dados do sindicato do pessoal da ONU, citados pela AFP.
A seguir à missão no Mali, que vai terminar depois de o Governo de Bamako ter solicitado a sua retirada, a Minusca tornou-se a mais perigosa de África, e os seus membros são objeto de frequentes ataques.
Os mais de 14 mil 'capacetes azuis', apoiados por três mil polícias, têm um mandato até novembro, mas a sua presença é cada vez mais contestada pela sociedade local e mesmo pelo próprio Governo, que abriu a porta à presença do grupo mercenário russo Wagner, tal como aconteceu no Mali.
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