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ONU pede fim da violência na Cisjordânia ocupada

O alto comissário das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Volker Turk, pediu hoje o fim do ciclo de violência em Israel e na Cisjordânia ocupada, exortando as forças israelitas a respeitar os padrões internacionais.

ONU pede fim da violência na Cisjordânia ocupada
Notícias ao Minuto

18:49 - 04/07/23 por Lusa

Mundo Palestina

"A recente operação na Cisjordânia ocupada e o ataque de carro em Telavive enfatizam de forma preocupante um padrão de eventos muito familiar: que a violência só gera mais violência", disse Turk em comunicado.

"A matança, mutilação e destruição de propriedade devem parar", acrescentou.

Um homem atropelou e feriu hoje sete pessoas em Telavive, após o exército israelita ter realizado uma operação em grande escala que matou 10 palestinianos em Jenin, no norte da Cisjordânia.

A polícia de Israel disse ter recebido relatos de "um carro que atacou vários civis" no norte de Telavive, acrescentando que as forças de segurança mataram o agressor, com quem se envolveram numa troca de tiros.

Em Jenin, as lojas permanecem hoje encerradas, enquanto 'drones' (aparelhos aéreos não tripulados) sobrevoavam a cidade, no segundo dia de uma operação que mobilizou centenas de soldados, a maior manobra militar israelita na Cisjordânia em vários anos.

Turk disse que a escala da operação de Jenin, incluindo o uso de ataques aéreos repetidos, juntamente com a destruição de propriedades, levantou questões sérias em relação às normas e padrões internacionais de direitos humanos.

Alguns dos métodos e armas usados "estão geralmente associados à condução de hostilidades em conflitos armados, e não à aplicação da lei", disse o alto comissário.

"O uso de ataques aéreos é inconsistente com as regras aplicáveis à condução de operações de aplicação da lei. Num contexto de ocupação, as mortes resultantes de tais ataques aéreos também podem equivaler a homicídios dolosos", frisou.

Turk disse ainda que as forças israelitas na Cisjordânia devem cumprir os padrões internacionais de direitos humanos sobre o uso da força.

"Estes padrões não mudam simplesmente porque o objetivo da operação é declarado como 'contraterrorismo'", acrescentou.

Também o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha se pronunciou sobre o assunto, indicando que Israel tem "o direito de se defender", mas deve respeitar a "proporcionalidade do direito internacional" na sua intervenção armada em Jenin.

"Estamos a acompanhar com grande preocupação a situação em Israel e nos territórios palestinianos ocupados", disse o Governo alemão em comunicado.

"Condenamos nos termos mais fortes possíveis o ataque terrorista perpetrado hoje em Tel Aviv", acrescentou.

De acordo com o executivo Alemão, "Israel, como qualquer outro Estado, tem o direito de se defender do terror", mas "a operação militar israelita realizada durante dois dias no campo de refugiados de Jenin deve respeitar o princípio da proporcionalidade do direito internacional".

Os confrontos dos últimos dias provocaram, na segunda-feira, o êxodo de cerca de 3.000 habitantes do campo de refugiados de Jenin, onde vivem cerca de 18.000 palestinianos.

Em junho, sete pessoas foram mortas num ataque israelita ao campo de Jenin e, pouco depois, quatro israelitas foram mortos a tiro por dois palestinianos perto do colonato judeu de Eli, no norte da Cisjordânia.

[Notícia atualizada às 20h15]

Leia Também: ONU alerta para nova "escalada perigosa" na Cisjordânia

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