Estes dados foram revelados pouco antes de ser conhecida uma segunda morte entre trabalhadores agrícolas, ligada à atual vaga de calor.
De maio a agosto de 2022, registaram-se 157.580 óbitos, mais 26.849 (+20,5%) do que no mesmo período de 2019, ano usado como referência por causa da pandemia de covid-19, segundo revelou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE) espanhol no seu relatório sobre as causas de mortalidade no país no ano passado.
As mais de 26 mil mortes adicionais face a 2019 estão relacionadas com patologias crónicas já existentes, como hipertensão, diabetes ou demência senil, e que aumentam o risco de morte perante situações de calor elevado.
Os mesmos dados indicam que das mortes verificadas naquele período, há 122 que foram atribuídas diretamente a casos de insolação (contra 47 em 2019) e 233 a casos de desidratação (contra 109 em 2019).
O ano de 2022 foi marcado por um verão de temperaturas elevadas e incêndios devastadores, tendo sido o mais quente alguma vez registado em Espanha, segundo a Agência Meteorológica Nacional (Aemet).
Espanha está, entretanto, a enfrentar a primeira vaga de calor deste verão, com os termómetros a ultrapassarem os 44.ºC na Andaluzia esta segunda-feira e a manterem-se em torno dos 40.ºC durante o dia de hoje, o que levou a Aemet a colocar várias regiões em alerta.
Na Andaluzia, a região que habitualmente é mais afetada por ondas de calor, um homem de 47 morreu no sábado devido a uma insolação.
De acordo com as informações recolhidas pela AFP junto das autoridades regionais, o homem sofria de algumas patologias, tendo sido vencido pelo calor quando trabalhava no campo, no município de Aznalcóllar.
Na segunda-feira, na região de Castela-La Mancha, um agricultor morreu igualmente por insolação, quando trabalhava nas vinhas de Cinco Casas, segundo referiu à rádio Cadena Ser o prefeito local.
Numa mensagem de condolências publicada na rede Twitter Francisco Martínez Arroio, responsável eleito pela Agricultura no governo da região, apelou à "máxima proteção" dos trabalhadores do setor agrícola no contexto desta "terrível" vaga de calor.
De acordo com as primeiras estimativas da Aemet, este domingo "foi adicionado à lista de recordes de temperaturas elevadas deste ano" e deverá tornar-se, após confirmação, "o décimo segundo recorde atingido em 2023, ainda antes do final do primeiro semestre".
Em 2022, foram registados recordes de temperatura elevada em 35 dias -- o que equivale a quase um dia em cada dez.
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