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San Francisco ergue maior triângulo rosa de sempre pela comunidade LGBTI+

O triângulo rosa é um símbolo importante para a comunidade queer, passando a ser utilizado de forma positiva por ONGs após ter sido um dístico de identificação para pessoas queer, enviadas para campos de concentração pelos nazis.

San Francisco ergue maior triângulo rosa de sempre pela comunidade LGBTI+
Notícias ao Minuto

22:38 - 22/06/23 por Notícias ao Minuto

Mundo LGBTI+

A cidade de San Francisco, no estado norte-americano da Califórnia, é um dos locais mais significativos na história da luta pelos direitos LGBTI+ e, este mês do orgulho, decidiu quebrar o recorde do maior triângulo rosa de sempre, um importante símbolo queer, como forma de luta contra os ataques às minorias de género nos Estados Unidos.

O triângulo, feito de pano, foi colocado no miradouro de Twin Peaks, um dos pontos mais visitados da cidade. A demonstração surge durante o mês do orgulho LGBTI+ e sucede-se a várias demonstrações por todo o mundo.

O pano é visível até 32 quilómetros de distância e é o maior alguma vez colocado no local, algo que já é uma tradição desde 1995.

O simbolismo por detrás do triângulo rosa tem raízes na Segunda Guerra Mundial, quando os nazis usaram o ícone para identificar as pessoas queer a serem enviadas para campos de concentração. Anos depois, o triângulo rosa passou a ser usado por associações de direitos humanos, como forma de apropriação de um conceito doloroso para o converter em amor.

À Associated Press, um dos fundadores da ONG que realiza a iniciativa, Patrick Carney, disse que "foi conseguido muito progresso na última década", mas "as pessoas estão a tentar empurrar-nos para trás".

"As nossas vidas estão sob ameaça neste momento, especialmente as das pessoas negras transgénero. E eu sinto que preciso de ser ativo e aberto e orgulhoso", acrescentou um dos voluntários.

A iniciativa na Califórnia surge enquanto os Estados Unidos vivem um período de violência física e legislativa contra a comunidade queer nos Estados Unidos. O número de crimes de ódio e de violência contra pessoas LGBTI+ aumentou a pique no último ano, nomeadamente com ataques contra eventos drag, clínicas que providenciam serviços e terapias de afirmação de género, escolas que promovem conteúdos LGBTI+, entre muitos outros.

Esta série de casos surge também numa altura em que a política conservadora norte-americana fez da luta contra os direitos queer uma das suas bandeiras desde o mandato de Donald Trump. Em vários estados controlados pelo Partido Republicano, é agora proibido oferecer e obter serviços de afirmação de género (sejam cirurgias, tratamento hormonal ou acompanhamento psicológico), pessoas transgénero foram banidas de participar em desportos e eventos drag destinados a crianças - especialmente eventos em que drag queens leem histórias infantis em bibliotecas - também foram proibidos.

Um dos casos mais mediáticos é o da Flórida, onde o governador Ron DeSantis, um dos principais candidatos à Casa Branca em 2024, promulgou a lei 'Não Digas Gay' (do inglês 'Don't Say Gay'), que proíbe as escolas e os professores de lecionarem, abordarem ou esclarecerem os alunos sobre conteúdos da comunidade LGBTI+, mesmo que um aluno queer procure acompanhamento junto do estabelecimento escolar ou de um docente.

Leia Também: Dezenas de bandeiras LGBTI+ vandalizadas em monumento em Nova Iorque

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