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Dezenas de bandeiras LGBTI+ vandalizadas em monumento em Nova Iorque

O monumento de Stonewall, que marca um dos episódios mais importantes na história dos direitos LGBTI+ nos EUA e no mundo, já foi vandalizado três vezes só este mês.

Dezenas de bandeiras LGBTI+ vandalizadas em monumento em Nova Iorque
Notícias ao Minuto

15:23 - 20/06/23 por Notícias ao Minuto

Mundo LGBTI+

O monumento em honra aos motins de Stonewall é um dos mais acarinhados pela comunidade LGBTI+ nos Estados Unidos, mas tem sido também um dos mais vandalizados. No domingo, a polícia de Nova Iorque encontrou 33 bandeiras Pride rasgadas e atiradas ao chão no Stonewall Monument National Park, apenas três dias depois do último incidente.

É a terceira vez no mês de junho (o mês em que se comemora o orgulho LGBTI+ em todo o mundo) que o monumento, que simboliza um dos momentos mais importantes para a luta, é vandalizado.

O departamento policial de Nova Iorque contou à ABC News que, na chegada ao local, os agentes depararam-se com o local vandalizado e a força de intervenção para crimes de ódio está a investigar o incidente. No passado dia 15 de junho, a polícia também encontrou várias bandeiras rasgadas no monumento; e, antes, a 10 de junho, as autoridades viram três homens passarem pelo local e atirarem bandeiras arco-íris, trans e não-binárias ao chão.

Não foi feita nenhuma detenção relativamente a qualquer um dos incidentes.

Os ataques ao monumento de Stonewall, localizado em Manhattan, são mais um episódio na onda de violência física e legislativa contra a comunidade queer nos Estados Unidos. O número de crimes de ódio e de violência contra pessoas LGBTI+ aumentou a pique no último ano, nomeadamente com ataques contra eventos drag, clínicas que providenciam serviços e terapias de afirmação de género, escolas que promovem conteúdos LGBTI+, entre muitos outros.

Segundo um estudo citado pela ABC News, pessoas de minorias de género nos Estados Unidos têm uma probabilidade nove vezes superior a outras pessoas de serem vítimas de crimes de ódio. Cerca de 20% de todos os crimes de ódio registados em 2021 foram motivados por discriminação de género ou discriminação sexual.

Esta série de casos surge também numa altura em que a política conservadora norte-americana fez da luta contra os direitos queer uma das suas bandeiras desde o mandato de Donald Trump. Em vários estados controlados pelo Partido Republicano, é agora proibido oferecer e obter serviços de afirmação de género (sejam cirurgias, tratamento hormonal ou acompanhamento psicológico), pessoas transgénero foram banidas de participar em desportos e eventos drag destinados a crianças - especialmente eventos em que drag queens leem histórias infantis em bibliotecas - também foram proibidos.

Um dos casos mais mediáticos é o da Flórida, onde o governador Ron DeSantis, um dos principais candidatos à Casa Branca em 2024, promulgou a lei 'Não Digas Gay' (do inglês 'Don't Say Gay'), que proíbe as escolas e os professores de lecionarem, abordarem ou esclarecerem os alunos sobre conteúdos da comunidade LGBTI+, mesmo que um aluno queer procure acompanhamento junto do estabelecimento escolar ou de um docente.

Os ataques no monumento de Stonewall são particularmente graves devido ao simbolismo do local. A 28 de junho de 1969, no pico da década em que vários movimentos cívicos ganharam dimensões nacionais, deu-se em Nova Iorque uma série de protestos espontâneos pela comunidade gay da cidade, a partir do Stonewall Inn (um dos poucos bares a nível nacional que permitia a entrada de pessoas queer), no bairro de Greenwich. Apesar da violenta repressão policial, a comunidade manteve os protestos e a luta, exigindo o direito a viver livremente consoante a sua expressão e identidade de género.

Os motins de Stonewall tornaram-se um marco importantíssimo para a luta queer em todo o mundo e, um ano depois, a 28 de junho de 1970, deram-se as primeiras marchas do orgulho gay no país. É devido a estes protestos que o Mês do Orgulho LGBTI+ e as marchas realizam-se anualmente em junho.

Leia Também: Milhares de pessoas desfilam em Lisboa na 24.ª Marcha do Orgulho LGBTI+

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