Uma vez que não há reeleição presidencial na Guatemala, o atual chefe de Estado, Alejandro Giammattei, não está entre os 22 candidatos nesta corrida eleitoral, que se dividem, de forma geral em duas posições ideológicas: 19 à direita e três à esquerda.
As sondagens mais recentes indicam que os três principais candidatos ao cargo, de quatro anos, são a ex-primeira-dama Sandra Torres, ex-mulher do falecido Presidente Álvaro Colom (2008-2012), do partido social-democrata Unidade Nacional da Esperança(UNE), pelo partido de direita Valor concorre Zury Ríos Sosa, filha do antigo ditador Efraín Ríos Montt, e o diplomata Edmond Mulet, do partido de direita Cabal.
Estes candidatos estão no lado mais conservador do espetro político e durante a campanha eleitoral prometeram medidas para fortalecer a segurança pública. Os três assumiram também o compromisso de manter as rígidas leis antiaborto na Guatemala, promover os valores conservadores, os valores da família, e lutar contra o reconhecimento das comunidades LGBTQIA+.
À esquerda, os candidatos do movimento Semilla, do partido VOS e de uma coligação formada pela URNG-Maiz e o Movimento Político Winaq não conseguiram uma boa posição nas sondagens.
Os candidatos de esquerda prometeram durante a campanha atacar a corrupção, proteger os direitos de grupos vulneráveis e fortalecer a democracia.
Pelo menos 50% dos votos são necessários para vencer a corrida presidencial. Se nenhum candidato alcançar os votos necessários, os dois primeiros colocados vão enfrentar-se numa segunda volta em 20 de agosto.
Alguns dos políticos mais populares ficaram de fora do sufrágio de domingo, porque as autoridades eleitorais e os tribunais os impediram ou cancelaram as suas candidaturas.
Os candidatos à Presidência afastados foram Thelma Cabrera, líder do Movimento para a Libertação dos Povos (MLP), Roberto Arzú, líder do partido conservador Podemos e Carlos Pineda, um político conservador do partido Prosperidade Cidadã que chegou a liderar as sondagens.
As exclusões foram criticadas pelo Governo dos Estados Unidos, pela Organização dos Estados Americanos (OEA) - que já enviou 91 observadores eleitorais paras estas eleições na Guatemala -, outros organismos e países.
Muitos analistas acreditam que irá haver uma alta percentagem de votos nulos em protesto pelo afastamento destes candidatos.
Os guatemaltecos vão também eleger 160 deputados para o Congresso nacional, 20 para o parlamento centro-americano e 340 autarcas.
Nenhum partido de esquerda governou a Guatemala em quase 70 anos, desde as duas administrações de esquerda entre 1945 e 1954. A segunda destas foi liderada pelo Presidente Jacobo Arbenz Guzmán, que foi deposto por um golpe apoiado pelos Estados Unidos.
Seguiu-se uma série de governos militares de direita e uma guerra civil de 36 anos que terminou em 1996. Desde o retorno do país à democracia em 1986, a tendência conservadora só foi brevemente interrompida por duas vezes, com administrações social-democratas centristas em 1986 e 2008.
Mais da metade dos 9,3 milhões eleitores -- num país com mais de 17 milhões de pessoas - são mulheres e o voto na Guatemala também não é obrigatório.
As autoridades guatemaltecas anunciaram a mobilização de mais de 68.000 agentes da polícia nacional civil e de militares para as eleições gerais de domingo.
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