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Blinken visita China para restabelecer diálogo com Pequim

O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, desloca-se este fim de semana à China com o objetivo de restabelecer o diálogo com Pequim, mas sem grandes expectativas de uma profunda alteração política.

Blinken visita China para restabelecer diálogo com Pequim
Notícias ao Minuto

13:59 - 16/06/23 por Lusa

Mundo Diplomacia

Para Washington, a viagem de Blinken a Pequim destina-se sobretudo a restabelecer as linhas diretas de comunicação com Pequim e gerir as tensões, para evitar um confronto acidental, após vários meses de turbulência, espoletado pelo incidente de um alegado balão de espionagem chinês que em fevereiro sobrevoou território dos Estados Unidos.

"Não vamos a Pequim com a intenção de fazer avanços ou provocar transformações", admitiu o chefe do Departamento de Estado para a Ásia, Daniel Kritenbrink.

O seu homólogo na Casa Branca, Kurt Campbell, partilhou desta visão, dizendo que qualquer eventual alteração nunca espelhará "uma viragem estratégica", reconhecendo apenas a possibilidade de "aproximações táticas".

"Não vamos baixar a guarda dos nossos interesses ou dos nossos valores nem procurar obter uma vantagem competitiva sustentável", acrescentou Campbell.

Ainda assim, as autoridades norte-americanas dizem que esperam ter "conversas diretas e sinceras" com as autoridades chinesas sobre todas as questões que preocupam as duas potências.

Blinken deve chegar a Pequim no domingo e reunir com autoridades chinesas, incluindo o seu homólogo, Qin Gang, com quem falou telefonicamente na noite de terça-feira.

Para o secretário de Estado norte-americano - que será o mais alto funcionário do Governo dos EUA a visitar a China desde 2018 - o desafio assemelha-se a um ato de equilíbrio: convencer sem ofender, enquanto as duas potências se envolvem numa competição acirrada.

Os pontos de discórdia são numerosos: os dois países enfrentam-se nas questões de Taiwan, nas reivindicações territoriais chinesas no Mar da China Meridional e ainda na estratégica dos 'chips' eletrónicos ou no fentanil, um poderoso analgésico opioide.

Na questão de Taiwan, a China considera a ilha como uma das suas províncias, que espera reunificar com o restante do seu território por meios pacíficos, mas sem excluir o uso da força.

Em abril, o Exército chinês organizou manobras militares que simularam um cerco à ilha durante três dias, realizadas em retaliação a visitas feitas dias antes pela Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, aos Estados Unidos.

Ao mesmo tempo, Pequim não esconde o desagrado por aquilo que classifica como objetivos expansionistas dos Estados Unidos na região da Ásia-Pacífico.

A visita de Antony Blinken a Pequim surge também na sequência de uma conversa, em novembro passado, entre o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, à margem de uma cimeira do G20 na Indonésia.

Nessa altura, os dois líderes concordaram em cooperar em várias questões, mas relações entre Estados Unidos e China deterioraram-se pouco tempo depois, com o incidente do alegado balão de espionagem que sobrevoou o território norte-americano e foi finalmente abatido.

O incidente forçou Blinken a cancelar a sua viagem à China em fevereiro e os contactos entre os dois países, à exceção do plano militar, foram retomados ao mais alto nível apenas nas últimas semanas.

Leia Também: Blinken vai visitar a China para pedir "gestão responsável" das tensões

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