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Poeta egípcio em greve de fome deixa agora de beber líquidos

Um poeta preso no Egito por ter escrito uma canção satírica sobre o Presidente Abdel Fattah al-Sisi deixou de beber líquidos após ter iniciado uma greve de fome para exigir a sua libertação, indicaram hoje ativistas dos direitos humanos.

Poeta egípcio em greve de fome deixa agora de beber líquidos
Notícias ao Minuto

14:47 - 01/06/23 por Lusa

Mundo Egito

Galal al-Behairy foi detido em 2018 por "insultar o Presidente", que chegou ao poder em 2013. No mesmo ano, foi também condenado por um tribunal militar a três anos de prisão por "insultar o exército", uma vez que a letra do poema insultava também as forças armadas egípcias.

Embora tenha sido declarado elegível para ser libertado em 2021, foi imediatamente colocado em prisão preventiva, legalmente limitada a dois anos, desta vez sob a acusação de "terrorismo" e "informações falsas", segundo a Comissão Egípcia para os Direitos e Liberdades (ECRF), acusações geralmente feitas contra opositores.

Para protestar contra a sua detenção, Behairy iniciou a 05 de março uma greve de fome e começou hoje a deixar de beber, indicou Mahienour al-Masry, um advogado que frequentemente defende opositores e ligado à ECRF.

A decisão foi tomada também para "protestar contra as más condições de detenção", segundo a também organização não-governamental.

O poeta está detido em Badr, uma prisão situada 50 quilómetros a leste do Cairo e apresentada pelas autoridades como uma penitenciária "modelo".

Numa carta escrita na prisão, citada pela ONG, Behairy afirma que se encontra numa cela "sem caneta nem papel, com luz a toda a hora e visitas que duram apenas 20 minutos".

"Continuarei a minha greve até recuperar a minha liberdade", continua.

Em 2020, Chadi Habache, o realizador do vídeo da canção escrita por Behairy, morreu na cadeia, aos 24 anos, enquanto estava em regime de prisão preventiva. Os ativistas dos direitos humanos denunciaram as "zonas cinzentas" das circunstâncias da morte.

Outro preso político foi notícia quando se recusou a beber líquidos durante a COP27 no Egito, no final de 2022. Segundo fontes próximas do ativista, Alaa Abdel Fattah consumiu apenas 100 calorias diárias durante sete meses, antes de deixar de beber durante cerca de dez dias. Acabou por voltar a comer sem ter obtido a sua libertação.

Segundo as ONG, o Egito tem cerca de 60.000 presos políticos.

As autoridades afirmaram recentemente ter lançado um "diálogo nacional" com a oposição, mas os ativistas dos direitos humanos denunciam-no como uma "operação de charme" na comunicação.

Leia Também: ONG acusam autoridades do Egito de detenções arbitrárias no Sinai

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