ONG acusam autoridades do Egito de detenções arbitrárias no Sinai
Duas organizações não-governamentais (ONG) alertaram hoje para detenções arbitrárias de mulheres e crianças familiares de alegados membros do Estado Islâmico (EI) por parte das autoridades egípcias no norte da Península do Sinai, no leste do país.

© Reuters

Mundo Egito
Segundo a Human Rights Watch (HRW) e a Fundação do Sinai para os Direitos Humanos, as autoridades torturaram várias mulheres e raparigas e mantiveram-nas em detenção prolongada sem acesso a comunicações.
As detenções tinham o objetivo de pressionar familiares das detidas suspeitos de ligações ao grupo extremista na península a entregarem-se às autoridades ou a fornecer informações.
Algumas das detidas foram vítimas de abusos por parte do grupo islâmico, incluindo violações e casamentos forçados, denunciaram as ONG.
"As autoridades egípcias têm abusado de muitas mulheres e crianças no norte do Sinai para extrair informações sobre os seus supostos familiares afiliados ao EI ou para pressionar esses suspeitos a entregarem-se", disse o diretor executivo da Fundação Sinai para os Direitos Humanos, Ahmed Salem, em comunicado.
"As autoridades devem libertar imediatamente todas as mulheres e raparigas detidas apenas por serem familiares ou associadas a suspeitos do sexo masculino e investigar a tortura e maus-tratos contra elas", exortou.
Desde julho de 2013, as operações militares das autoridades egípcias contra o grupo Wilayat Sinai, que jurou lealdade ao Estado Islâmico em 2014, têm-se intensificado.
As ONG denunciaram que, sob a justificação de combater o grupo islâmico, o exército egípcio e as autoridades têm detido milhares de pessoas, muitas de forma arbitrária.
"Muitas mulheres e raparigas no norte do Sinai já sofreram abusos intoleráveis nas mãos de membros ligados ao EI", destacou o vice-diretor da HRW para o Médio Oriente e Norte de África.
"O governo egípcio deve protegê-las, não fechá-las e torturá-las", concluiu.
O Egito luta há vários anos contra o grupo extremista na parte norte da Península do Sinai. Os militantes realizaram numerosos ataques no Sinai e em outras partes do país, visando principalmente as forças de segurança, minorias cristãs e aqueles que acusam de colaborar com os militares e a polícia.
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