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Número de fiéis de seita encontrados mortos no Quénia sobe para 145

O número de fiéis de uma seita cristã encontrados mortos na floresta de Shakahola, no Quénia, depois de alegadamente jejuarem até à morte, subiu para 145, disseram hoje as autoridades, que continuam à procura de mais valas comuns.

Número de fiéis de seita encontrados mortos no Quénia sobe para 145
Notícias ao Minuto

13:37 - 11/05/23 por Lusa

Mundo Quénia

O número de fiéis de uma seita cristã encontrados mortos na floresta de Shakahola, no Quénia, depois de alegadamente jejuarem até à morte, subiu para 145, disseram hoje as autoridades, que continuam à procura de mais valas comuns.

"As exumações continuam e não podemos, para já, dizer quantas sepulturas foram abertas até ao momento", disse hoje a comissária regional da polícia local, Rhoda Onyancha, em declarações aos órgãos de comunicação social citadas pela agência de notícias espanhola EFE.

Onyancha disse que cerca de 70 pessoas foram resgatadas com vida do bosque de Shakahola, no condado de Kilifi, onde terão ocorrido práticas religiosas extremas, como o jejum até à morte como forma de encontrar Jesus.

"Os resgatados estão entre os que tinham dado entrada nos hospitais e outros que estão a receber apoio psicológico", disse, acrescentando que 579 famílias registaram até agora o desaparecimento dos seus familiares, mas notando que não é forçoso que todos os desaparecimentos tenham a ver com a pertença a seitas religiosas.

Em causa está a investigação à morte de mais de uma centena de crentes de duas seitas religiosas que se reuniam na floresta de Shakahola, no leste do Quénia, com práticas extremas como o jejum até à morte, alegadamente como forma de encontrar Jesus Cristo.

De acordo com as autópsias já efetuadas a mais de 100 corpos, a maioria das vítimas morreu de fome, provavelmente depois de ter seguido a recomendação de Paul Nthenge Mackenzie, um autoproclamado pastor da Igreja Internacional da Boa Nova.

Algumas das vítimas, incluindo crianças, foram estranguladas, espancadas ou sufocadas, afirmou na semana passada o responsável das operações forenses, Johansen Oduor.

Para além disso, as autópsias também "revelaram a falta de órgãos nalguns dos corpos exumados", refere um documento judicial citado na semana passada pela agência France-Presse (AFP).

Na segunda-feira, um tribunal de Nairobi ordenou o congelamento de mais de 20 contas pertencentes a Ezekiel Odero, líder do Centro de Oração e Igreja para uma Nova Vida, durante 30 dias.

Depois de terem sido interrompidas devido ao mau tempo, as buscas na floresta onde os fiéis das duas seitas se reuniam recomeçou, com os investigadores a procurarem mais 20 novas valas comuns "que podem conter várias vítimas", disse o ministro do Interior, presente no recomeço das buscas.

"Receio que tenhamos muitas mais valas nesta floresta e isso leva-nos a concluir que se tratou de um crime altamente organizado", disse Kithure Kindiki, acrescentando que, até à data, 65 pessoas foram resgatadas com vida.

"O que temos aqui em Shakahola é uma das piores tragédias que o nosso país já viu", acrescentou.

Paul Nthenge Mackenzie, um antigo taxista que se tornou pastor no início da década de 2000, será processado por "terrorismo", anunciaram os procuradores em 2 de maio.

O massacre reacendeu o debate sobre a regulamentação do culto religioso no Quénia, um país predominantemente cristão com 4.000 "igrejas", segundo dados oficiais.

O escândalo também colocou as autoridades sob fogo por não terem conseguido impedir as acções do Ppstor Mackenzie, que foi preso várias vezes pela sua pregação extremista.

Leia Também: "Terrorismo". Líder de seita no Quénia fica em preventiva mais 30 dias

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