Novo governo croato-muçulmano aprovado na Bósnia-Herzegovina
A entidade comum de muçulmanos e croatas bósnios garantiu hoje um novo governo pela primeira vez desde 2014, com a sua aprovação pelo parlamento na sequência de uma intervenção do alto representante internacional, mas contestada pelos nacionalistas bosníacos.
© Getty Images
Mundo Bósnia-Herzegovina
O governo autonómico, surgido das eleições de outubro de 2022 na Bósnia-Herzegovina, foi aprovado por 51 votos a favor, dois contra e uma abstenção, numa sessão de urgência de um hemiciclo com 98 lugares.
Na quarta-feira, o alto representante internacional, o alemão Christian Schmidt, tinha imposto uma medida para desbloquear o processo.
Os deputados do Partido de Ação Democrática (SDA, nacionalista muçulmano) e do seu aliado Frente Democrática (DF), agora na oposição, abandonaram o hemiciclo antes da votação.
O novo governo da entidade integra duas alianças, uma dos partidos nacionalistas croatas bósnios liderados pela União Democrática Croata da HDZ (BiH), e outras por formações bosníacas (muçulmanas), liderada pelo moderado e multiétnico Partido Social-Democrata (SDP).
Durante a sessão parlamentar, centenas de apoiantes do SDA protestaram frente ao parlamento contra a intervenção de Schmidt, que acusam de favorecer os croatas bósnios em detrimento da sua formação.
No final do protesto, e após a maioria dos presentes já ter dispersado, a polícia interveio quando vários manifestantes agrediram deputados que abandonavam o edifício.
Na quinta-feira, Schmidt recorreu aos seus poderes especiais para alterar a lei vigente, reduzindo de três para dois os altos cargos que podem decidir a formação do governo.
Desta forma, e para além da aprovação pelo presidente da entidade, deixa de ser necessário o consentimento dos dois vice-presidentes, mas apenas de um deles.
Após as eleições de outubro de 2022, a aprovação de um novo executivo estava bloqueada por um dos vice-presidentes, pertencente ao SDA, que condicionava o seu apoio à participação deste partido no governo.
A reunião urgente do parlamento tinha sido pedida por Schmidt.
Desde o final da guerra civil, há quase 30 anos, o Estado bósnio está dividido em duas entidades autónomas -- a Federação de croatas e bosníacos, e a Republika Srpska (RS), e entre os seus três povos constituintes, para além de frágeis instituições do poder central que o alto representante tenta reforçar.
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