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Sudão: UA adverte contra "guerra civil" com interferência estrangeira

O comissário para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança da União Africana (UA), Bankole Adeoye, advertiu hoje que a eclosão de uma "guerra civil total" com interferência estrangeira no Sudão não beneficiará ninguém.

Sudão: UA adverte contra "guerra civil" com interferência estrangeira
Notícias ao Minuto

18:08 - 26/04/23 por Lusa

Mundo Sudão

"Uma guerra civil total com interferência estrangeira no Sudão não será do interesse do Sudão, da região do Corno de África ou do continente como um todo", disse Adeoye numa conferência de imprensa 'online' em Adis Abeba, capital da Etiópia e sede da UA.

"Como UA, não toleraremos uma guerra por procuração em nenhuma região da África Oriental", sublinhou o diplomata nigeriano sobre um eventual apoio das potências internacionais às duas partes que mergulharam o Sudão no conflito que eclodiu em 15 de abril entre o exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).

Adeoye insistiu "fortemente contra a internacionalização deste conflito" e condenou "qualquer interferência de outros atores".

O comissário admitiu que será uma "tarefa hercúlea garantir que o cessar-fogo seja mantido de forma permanente e que os instrumentos humanitários sejam também eficazes".

"Queremos reafirmar e apelar às partes para que respeitem a vontade política internacional para que o cessar-fogo se mantenha", sublinhou, frisando que a UA, em colaboração com os seus parceiros internacionais, procura "garantir que [as partes] vejam a necessidade de silenciar as armas imediatamente".

O responsável para os Assuntos Políticos, da Paz e da Segurança da Comissão da UA sublinhou a necessidade de "proteger os civis sudaneses".

"O bom povo do Sudão quer paz e estabilidade. O bom povo do Sudão tem vindo a clamar pela democracia há anos", afirmou.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou na terça-feira para o facto de o conflito poder desestabilizar toda a região e desencadear uma crise grave que se prolongará por vários anos.

Pelo menos 512 pessoas foram mortas e 4.193 ficaram feridas nos 11 dias de combates no Sudão entre o exército e o poderoso grupo paramilitar RSF, informou hoje o Ministério da Saúde sudanês.

Apesar de uma trégua de 72 horas mediada pelos Estados Unidos da América ter entrado em vigor na segunda-feira de manhã, combates de baixa intensidade continuaram.

Os combates entre as forças armadas, comandadas pelo líder de facto do país desde o golpe de Estado de outubro de 2021, o general Abdel Fattah al-Burhan, e as RSF, chefiadas pelo general Mohamed Hamdane Daglo, conhecido como "Hemedti", seguiram-se a semanas de tensão sobre a reforma das forças de segurança nas negociações para a formação de um novo governo de transição.

Ambas as forças estiveram por trás do golpe conjunto que derrubou o executivo de transição do Sudão em outubro de 2021.

Leia Também: Total de mortos nos confrontos do Sudão aumentou para 512

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