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Ex-cardeal norte-americano formalmente acusado de abusos nos anos 70
Theodore McCarrick foi removido pelo Vaticano em 2019 e é sacerdote mais importante a ser acusado de abusos sexuais nos EUA.
© iStock
Mundo Abusos na Igreja
O antigo cardeal católico Theodore McCarrick foi formalmente acusado na sexta-feira de abusos sexuais, no estado norte-americano do Wisconsin, depois de um longo processo que começou em 2019, com uma investigação pelo Vaticano aos abusos na Igreja Católica dos Estados Unidos.
McCarrick é acusado de abusar sexualmente de um jovem de 18 anos, há mais de 45 anos, num caso que se soma a várias acusações feitas contra o clérigo.
Segundo explica a Associated Press, citando o processo, o ex-cardeal terá violado repetidamente o rapaz quando este tinha apenas onze anos, levando-o a festas onde outros homens abusaram sexualmente do jovem.
Aos 18 anos, em 1977, o indivíduo - cuja identidade não foi relevada - foi levado para uma casa isolada junto ao Lago Geneve, no Wisconsin, onde McCarrick terá obrigado a vítima a praticar atos sexuais.
A mais recente denúncia e consequente acusação surgiram depois da implementação de um programa no Wisconsin, destinado a que vítimas de abusos por membros de qualquer religião pudessem denunciar de forma segura e anónima os seus casos.
Theodore McCarrick chegou a ser uma das mais importantes figuras da Igreja Católica nos Estados Unidos, tendo sido ordenado em 1958 e nomeado arcebispo de Newark, na Nova Jérsia, em 1986. Em 2000, passou a ser cardeal na arquidiocese de Washington D.C., numa altura em que a Igreja já teria conhecimento de acusações contra si.
Em 2021, McCarrick tornou-se no mais proeminente sacerdote a ser acusado de abusos sexuais, no âmbito de um caso datado de 1974, no qual terá agredido sexualmente um adolescente num casamento. Foi também concluído que a sua liderança na capital de Washington D.C. foi marcada por um comportamento problemático, com relatos de que este dormira com seminaristas a partir de 1999.
O cardeal demitiu-se em 2006 mas continuou ativo como uma figura política, até ser demitido pelo Papa Francisco em 2019.
No entanto, os seus advogados pediram este ano que as acusações fossem arquivadas, argumentando que o pároco, com 92 anos, sofre de demência e não está fisicamente apto para marcar presença num julgamento.
As autoridades católicas norte-americanas confirmaram entretanto que a Igreja pagou indemnizações a adultos que acusaram McCarrick de assédio sexual.
Leia Também: Ornelas destaca compromisso da Igreja em "erradicar abusos sexuais"
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