O enviado especial da ONU, Abdullah Bathili, promoveu na sexta-feira uma reunião entre o comité conjunto e os líderes militares regionais, na qual os participantes concordaram em apoiar os esforços para expulsar os combatentes envolvidos nos conflitos da Líbia há mais de uma década.
Bathily encerrou a sua primeira visita oficial aos países fronteiriços do Sudão, Chade e Níger na quarta-feira para coordenar a retirada dos combatentes, que inclui o plano de ação de 2021 vinculado ao acordo de cessar-fogo de 2020.
A ONU, os Estados Unidos e a União Europeia pressionam pela saída destes mercenários, estimados em cerca de 20.000 em todo o território líbio, milhares deles milicianos sírios recrutados pela Turquia de grupos salafistas de oposição, mas também soldados de elite do grupo Wagner, próximo ao presidente russo Vladimir Putin.
Em causa estão grupos de oposição chadianos e dissidentes das tribos árabes sudanesas "Janjawid", acusados de crimes de guerra no conflito na região sudanesa de Darfur.
Os participantes também concordaram em cumprir integralmente os compromissos do diálogo entre o comité militar conjunto 5+5, após as reuniões da noite passada em Benghazi e do mês passado em Tripoli e Tunis, e confirmaram sua disposição de fornecer todo tipo de apoio para garantir eleições em todas as fases.
A reunião de sexta-feira teve como objetivo aumentar a confiança entre os líderes militares e de segurança para apoiar o processo de transição política e avançar na criação de um ambiente adequado para a convocação de eleições "livres e justas" em 2023.
Bathily descreveu a reunião como um "símbolo de unidade e uma nova Líbia soberana" e enfatizou a sua importância, defendendo que fortalece "o padrão de reconciliação e futuras reuniões dentro da Líbia."
O chamado comité militar 5+5 da Líbia acordou em março constituir uma força conjunta e unificar a instituição militar de forma a promover e acompanhar a realização de eleições, suspensas por tempo indeterminado desde dezembro de 2021.
O comité militar conjunto 5+5 é composto por forças que representam o exército da Líbia, o Governo de Unidade Nacional (GUN) com sede em Tripoli e o exército nacional da Líbia, liderado pelo marechal Khalifa Haftar e é o único órgão que se mantém relativamente unido desde 2020.
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