Um senador estatal republicano está a ser alvo de duras críticas por parte de colegas no congresso do Minnesota e nas redes sociais, depois de se opor a uma proposta sobre refeições escolares gratuitas por não conhecer ninguém que passe fome.
Num debate sobre a proposta, Steve Drazkowski começou por afirmar que está "por conhecer uma pessoa no Minnesota que passe fome" ou "que diga que não tenha acesso a comida".
"Devo dizer que a fome é um termo relativo. Eu comi uma barra de cereais ao pequeno-almoço, suponho que agora esteja com fome", comentou ainda o deputado conservador, que atacou a medida por ser "puro socialismo" e por considerar que "o governo está a mandar no que as crianças vão comer e quanta comida é que vão comer".
O senador do Partido Republicano, que foi eleito para a câmara alta no ano passado depois de 15 anos passados na câmara dos representantes local, defendeu também que o dinheiro proposto para refeições escolares deve ser encaminhado para melhorar a educação no geral.
Minnesota Republican state Sen. Steve Drazkowski on bill providing free school breakfast and lunch: "I have yet to meet a person in Minnesota that is hungry. Yet today. I have yet to meet a person in Minnesota that says they don't have access to enough food to eat." #mnleg pic.twitter.com/H7JsyfsGWw
— Aaron Rupar (@atrupar) March 14, 2023
A medida acabou por ser aprovada na mesma, com 38 votos a favor e 26 votos contra. A senadora que avançou com a medida, a democrata Heather Gustafson, explicou à ABC News que cerca de 275 mil alunos já recebem refeições gratuitas ou a preços reduzidos nas escolas, pelo que a medida vai permitir um aumento de 18% no número de estudantes que passa a estar abrangido.
"Cerca de uma em seis crianças vive em insegurança alimentar - isto quer dizer que não sabem quando ou onde será a sua próxima refeição, se é que a vão receber. Estar com fome torna a aprendizagem praticamente impossível", afirmou Gustafson.
A medida vai permitir que o estado do Minnesota gaste 420 milhões de dólares (cerca de 395 milhões de euros) em alimentações gratuitas ao longo de dois anos.
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