O parlamento da Bélgica aprovou, esta quinta-feira, uma resolução que define de genocídio o ‘Holodomor’, a “grande fome” que atingiu a Ucrânia entre 1932 e 1933 e que terá provocado a morte a mais de três milhões de pessoas sob o regime de Josef Estaline.
Segundo a imprensa belga, que cita o deputado Georges Dallemagne, do partido Vlaams Belang, um dos responsáveis pela adoção da resolução, o documento foi aprovado com 117 votos a favor e dez abstenções, todas de deputados do Partido Trabalhista da Bélgica.
O documento condena ainda a “atual manipulação da memória histórica por parte do regime russo com o objetivo de assegurar a sua própria sobrevivência”.
Em novembro, na data em que se assinalou o 90.º aniversário do início do Holodomor, o primeiro-ministro belga, Alexandre De Croo, esteve em Kyiv, na Ucrânia, onde prestou homenagem às vítimas.
Na rede social Twitter, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, enalteceu a "decisão histórica" do parlamento belga e agradeceu pelo "passo profundamente simbólico".
"Uma votação histórica na Câmara dos Representantes da Bélgica: mais um Estado reconheceu o Holodomor de 1932-1933 como genocídio do povo ucraniano! Estou grato à Bélgica por esta importante decisão para cada ucraniano e por este passo profundamente simbólico!", escreveu.
A historic voting in 🇧🇪 House of Representatives: one more state recognized the Holodomor of 1932-1933 as genocide of the Ukrainian people! I’m thankful to Belgium for this important decision for every Ukrainian, for this deeply symbolic step today!
— Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) March 10, 2023
De acordo com o Museu Holodomor, situado em Kyiv, até meados de novembro, pouco mais de 15 Estados, além da Ucrânia, tinham reconhecido oficialmente a grande fome como um genocídio, sendo que Portugal consta dessa lista.
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