"Até que vejamos sinais de bom senso no que estão a fazer em relação à Ucrânia, não vemos nenhuma possibilidade de que a decisão de suspender o acordo New START possa ser revista ou reexaminada", assegurou Riabkov.
Na terça-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto a formalizar a suspensão do tratado New START, o último pacto de desarmamento nuclear com os Estados Unidos da América (EUA) ainda em vigor.
O líder do Kremlin anunciou a medida durante o discurso sobre o Estado da Nação, realizado em 21 de fevereiro, argumentando então que a Rússia estava a ser forçada a suspender a sua participação no tratado devido à política do Ocidente.
Na ocasião, Putin indicou que não se tratava de um abandono total do acordo, alegando que o país devia estar preparado para realizar testes nucleares "se os Estados Unidos os realizassem primeiro".
O tratado New START inclui, além das garantias em termos de inspeções e transparência, o controlo sobre o número de ogivas nucleares que a Rússia ou os Estados Unidos podem abrigar no respetivo território nacional.
O tratado, assinado em 2010, limitou o número de armas nucleares estratégicas, com um máximo de 1.550 ogivas nucleares e 700 sistemas balísticos em terra, mar e ar para cada uma das duas potências.
Apesar da decisão de Putin, Washington mostrou confiança em que esse aspeto permaneça em vigor e que a Rússia não ultrapasse os limites estabelecidos pelo New START.
O New START foi assinado em Praga em 08 de abril de 2010 pelos então Presidentes dos EUA, Barack Obama, e da Rússia, Dmitri Medvedev.
O ex-Presidente russo é atualmente vice-presidente do Conselho de Segurança russo, órgão composto pelos principais funcionários estatais da Rússia e chefes das agências de defesa e segurança e no qual se tomam todas as decisões militares mais urgentes e importantes.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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