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Do momento mais difícil da guerra à China. O balanço de Zelensky

Por ocasião do primeiro aniversário da invasão russa à Ucrânia, Zelensky participou numa conferência de imprensa. Veja aqui os principais pontos das declarações do presidente da Ucrânia.

Do momento mais difícil da guerra à China. O balanço de Zelensky

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, confessou, esta sexta-feira, que o momento mais difícil e assustador neste ano de guerra foi o momento da libertação de Bucha. 

A confissão foi feita durante uma conferência de imprensa em Kyiv, no dia em que se assinala um ano desde o início da invasão russa à Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022.

"Talvez, Bucha", disse, emocionado, em resposta a um jornalista que quis saber qual foi o momento mais difícil para o presidente ucraniano. "Aquilo que vi quando libertámos Bucha. Foi muito assustador. Aquilo que vimos significa que o diabo não está algures, está na Terra", acrescentou.

Zelensky confessou ainda que ficou desiludido com "todos aqueles que abandonaram o país no dia 24", "aqueles que deveriam lutar" pela Ucrânia.

"A vitória será inevitável"

Na mesma conferência de imprensa, o chefe de Estado ucraniano acabou por fazer um balanço do conflito e reiterou que acredita na vitória do seu país ainda este ano, se os parceiros ocidentais continuarem a enviar apoio.

"Se os nossos parceiros mantiverem a palavra e respeitarem os prazos, a vitória será inevitável (...) mas temos de cumprir os nossos deveres porque nenhum país pode defender-se por si mesmo. Quero verdadeiramente que isso aconteça este ano", disse.

"Temos tudo para isso: motivação, certeza, amigos, diplomacia, temos voz", defendeu. 

Zelensky quer América Latina, África, China e Índia em cimeira de paz

"Quem não está em guerra, quem nunca perdeu ninguém, tem dificuldades em entender o que está a acontecer", disse o chefe de Estado ucraniano, depois de ser interrogado sobre os países que votaram contra ou não se pronunciaram sobre a resolução da ONU que exige a retirada da Rússia da Ucrânia. 

"141 países votaram a favor do respeito e integridade territorial da Ucrânia. Isso já é uma resposta", destacou.

O presidente da Ucrânia confessou depois que gostaria de realizar uma cimeira entre a Ucrânia e os países latino-americanos, na qual participaria pessoalmente, "apesar de ser muito difícil" deixar Kyiv, e referiu que também quer que a Índia e a China participem na "cimeira de paz" para terminar a guerra, que está a ser formulada por Kyv.

O plano de paz proposto pela China e o encontro com Xi Jinping

Confrontando sobre o plano de paz proposto pela China, Zelensky foi claro: "A China começou a falar sobre a Ucrânia, já não é mau", sublinhou.

"Mas, na verdade, a questão é o que está por detrás destas palavras  (...) Os passos que devem ser dados - isso é o que é importante", acrescentou, notando que a China "não é propriamente pró-ucraniana".

"Se já têm algumas ideias que, de uma forma ou outra, coincidem com o respeito pelo direito internacional, integridade territorial, assuntos de segurança, acho que devemos aproveitar este lado e continuar a trabalhar com a China neste sentido. Cabe-nos a nós reunir todos para isolar um país. Este é o nosso objetivo", destacou.

Mais tarde, Zelensky revelou que planeia encontrar-se com Xi Jinping. Um encontro ainda sem data marcada.

Guerra mostrou "fraquezas" das instituições

Questionado sobre os crimes de guerra cometidos pela Rússia, Zelensky voltou a defender a necessidade de um tribunal e mecanismos especiais para que Moscovo seja responsabilizada pelas suas ações.

"É um trabalho enorme e estamos a trabalhar nisso", notou, considerando que a guerra acabou por mostrar "fraquezas" nas instituições internas da Ucrânia, da Europa e organismos internacionais.

"A guerra na Ucrânia lançou o reinício da NATO"

"Há muitos países no mundo que aumentaram os seus orçamentos militares", afirmou Zelensky, após ser interrogado sobre se gostaria de ver mais países a aumentarem os seus gastos com Defesa após a guerra.

"A guerra na Ucrânia lançou o reinício da NATO. Toda a gente viu e entendeu que os sistemas são imperfeitos, que é preciso mais poder. E não estou a falar de mísseis. Existe muita coisa", defendeu o presidente ucraniano, referindo-se, por exemplo, à aposta em cibersegurança e outras tecnologias modernas.

"Trata-se da reforma do estado do sistema de segurança", acrescentou.

"Ninguém foi comprar flores - toda a gente decidiu comprar armamento e tecnologia. Toda a gente sabe que algo se passa com a liderança político-militar da Rússia", atirou.

Presidente lembra ataques e atira: "Acham que conseguimos sentar-nos à mesa de negociações?"

Interrogado sobre se acredita que a Ucrânia poderá obter uma vitória no campo de batalha ou se terá de ceder e sentar-se à mesa de negociações, Zelensky lembrou as atrocidades cometidas pelo exército russo.

"O mundo todo viu que mataram pessoas, que torturaram pessoas - e nem estão a esconder os seus ataques", recordou.

"Acham que, depois destas imagens, conseguimos sentar-nos à mesa de negociações?", respondeu, defendendo que só quando a Rússia parar os seus ataques é que a Ucrânia decidirá como a guerra irá terminar.

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