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Governo israelita rejeita críticas sobre colonatos na Cisjordânia ocupada

Dois ministros ultranacionalistas do Governo israelita desafiaram esta terça-feira a crescente condenação global à construção de novos assentamentos na Cisjordânia, reafirmando a intenção de duplicar e legalizar dezenas de postos avançados no território ocupado.

Governo israelita rejeita críticas sobre colonatos na Cisjordânia ocupada
Notícias ao Minuto

23:16 - 14/02/23 por Lusa

Mundo Cisjordânia

O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, e o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, sublinharam o seu compromisso de expandir a autoridade israelita nas terras que os palestinianos aspiram para um futuro Estado.

Estas declarações surgiram após os Estados Unidos terem manifestado oposição à medida, juntamente com outros quatro países europeus.

Smotrich frisou que, juntamente com os seus aliados no Governo mais à direita da história de Israel, continua "comprometido em remover completamente as restrições à construção na Judeia e Samaria", numa referência à Cisjordânia através dos seus nomes bíblicos.

"Desentendimentos são permitidos, mesmo entre amigos", acrescentou.

Já Ben-Gvir, que tal como Smotrich também vive num assentamento judeu na Cisjordânia ocupada, pediu aos EUA e à Europa que "parem de se preocupar".

"A Terra de Israel pertence ao povo de Israel. Nove assentamentos é bom. Mas ainda não é o suficiente. Queremos muitos mais", frisou.

Países europeus juntaram-se aos Estados Unidos nas críticas a Israel devido aos seus planos para construir 10.000 novas casas em assentamentos existentes na Cisjordânia e legalizar nove postos avançados.

A medida apresentada no domingo pelo Governo de Israel surge como resposta a um ataque em Jerusalém no dia 10 em que um palestiniano atropelou e matou três israelitas.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros de França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Estados Unidos manifestaram "profunda preocupação" com o anúncio.

"Opomo-nos fortemente a essas ações unilaterais que servirão apenas para exacerbar as tensões entre israelitas e palestinianos", sublinharam.

Os vizinhos árabes de Israel, como a Jordânia e Egito, mas também a Arábia Saudita e a Noruega, expressaram grande preocupação e forte oposição aos novos planos.

Apesar destes países não mencionarem possíveis consequências, o novo Governo israelita parece estar prestes a testar as suas relações diplomáticas.

Para alcançar um acordo de coligação, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu a Smotrich autoridade sobre o órgão de defesa responsável pelo planeamento de assentamentos e construções palestinianas em partes da Cisjordânia onde Israel mantém o controlo civil.

Smotrich prometeu, logo que possível, "normalizar" a vida de mais de 500.000 colonos israelitas na Cisjordânia, apagando as diferenças entre viver num assentamento e dentro da fronteira internacionalmente reconhecida de Israel e efetivamente anexar o território da Cisjordânia, num movimento que resultará numa reação generalizada.

Israel conquistou Jerusalém Oriental durante a Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967, juntamente com a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.

Posteriormente, anexou Jerusalém Oriental, uma decisão nunca reconhecida pela comunidade internacional.

Os palestinianos pretendem recuperar a Cisjordânia ocupada e Gaza e reivindicam Jerusalém Oriental como capital do Estado da Palestina.

Desde então, Israel estabeleceu 500.000 pessoas em cerca de 130 assentamentos em toda a Cisjordânia, que os palestinianos e grande parte da comunidade internacional consideram como um obstáculo à paz.

Leia Também: EUA e aliados criticam "fortemente" legalização de 9 colonatos por Israel

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