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Medvedev elogia Roger Waters: "Arrasar o 'muro' de mentiras do Ocidente"

O artista britânico foi condenado pela ONU por ter alegado que a invasão russa da Ucrânia foi provocada e que os países do Ocidente têm interesse por "grandes lucros para as indústrias da guerra". Já do lado russo, foi elogiado.

Medvedev elogia Roger Waters: "Arrasar o 'muro' de mentiras do Ocidente"
Notícias ao Minuto

09:35 - 09/02/23 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo Guerra na Ucrânia

O antigo presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, elogiou, na quarta-feira, o músico britânico Roger Waters, que, num discurso no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), alegou que a invasão russa da Ucrânia foi provocada. 

O co-fundador dos Pink Floyd discursou a convite da Rússia, numa reunião que teve como objetivo discutir o aumento do fornecimento de armas à Ucrânia pelo Ocidente, e acusou cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos da América (EUA) - de terem interesse “por grandes lucros para as indústrias da guerra”.

Na ótica de Medvedev, o artista “arrasou o ‘muro’ de mentiras construído pelo Ocidente”.

“Na ONU, Roger Waters está a arrasar o ‘muro’ de mentiras construído pelo Ocidente”, escreveu no Twitter. “Brilha, diamante louco!”, disse ainda, numa referência à música ‘Shine On You Crazy Diamond” da banda britânica.

O discurso de Waters foi amplamente criticado por vários diplomatas da ONU. O embaixador do Japão afirmou que o objetivo do Conselho não é ter lucros com a guerra, mas sim devolver a dignidade ao povo ucraniano.

Uma das vozes mais críticas foi a do embaixador ucraniano junto à ONU, Sergiy Kyslytsya, que lamentou que o músico se tenha tornado um transmissor da propaganda russa. "Que triste para seus ex-fãs vê-lo aceitar ser apenas mais um tijolo na parede, na parede da desinformação e da propaganda russa", afirmou Kyslytsya, numa referência à letra da famosa música dos Pink Floyd 'Another Brick in the Wall'.

O embaixador da Albânia, Ferit Hoxha, lembrou Waters que se o músico estivesse na Rússia, a dizer que condena a agressão, provavelmente estaria já "sob custódia". Hoxa frisou ainda que as armas fornecidas à Ucrânia ajudaram a limitar as aspirações da Rússia e de "qualquer um que pudesse ser tentado a usar a força em vez de meios pacíficos".

Já o vice-representante dos Estados Unidos junto da ONU, Richard M. Mills, reconheceu as capacidades de Waters como músico, mas avaliou serem "menos evidentes as suas qualificações para falar perante o Conselho de Segurança como um especialista em controlo de armas ou questões de segurança europeias".

O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.

A ONU confirmou que mais de sete mil civis morreram e cerca de 12 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

Leia Também: ONU diz a Roger Waters: "Triste ser um tijolo na parede da desinformação"

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