Gisele Oliveira chegou a Portugal em abril deste ano, onde se encontrava com o companheiro que a 'esperava' por cá já há três anos. Em Pombal, no distrito de Leiria, o marido estava com o filho de ambos. Mas este menor, com 12 anos, não é o único filho do casal: tiveram mais três, que morreram. E estas mortes não são as únicas a ser investigadas no caso que envolve Gisele Oliveira.
A história foi avançada pelo Correio da Manhã e, entretanto, confirmada pela Polícia Judiciária (PJ), que fez a detenção na terça-feira e que explica que a suspeita da morte de cinco crianças, suas filhas, estava atualmente "em excesso de permanência em território nacional."
As mortes: Quantas? Quando? Como?
De acordo com o que explica a PJ, a mulher é suspeita de matar cinco filhos, três dos quais cujo pai era o atual companheiro. O 'modus operandi' consistia, segundo as autoridades, na "administração intencional e reiterada, de substâncias sedativas que alegadamente provocaram a morte a cinco dos seus filhos menores."
Segundo a Interpol, e conforme confirmam agora as autoridades portuguesas, "todas as situações ocorreram na casa onde a mulher residia e quase sempre à noite." Nessas ocasiões, e "sem a presença de testemunhas", administrava grandes doses de sedativos aos cinco filhos, o que lhes foi causando problemas de saúde ao longo dos anos.
Duas das crianças morreram em 2010, outras duas em 2019 e uma em 2023.
Foi a mãe da suspeita que denunciou a própria filha, e um inquérito foi aberto no estado brasileiro de Minas Gerais. No entanto, assim que soube da participação criminal, e antes ainda de ser considerada suspeita, a mulher abandonou o Brasil, no início de 2024. Depois, foi emitido o mandado internacional de captura.
O companheiro e pai de três das vítimas não é arguido no processo e, segundo o Correio da Manhã escreve esta quinta-feira, disse à PJ que a mulher estava inocente.
Gisele Oliveira foi presente na quarta-feira ao Tribunal da Relação de Coimbra, que decretou a medida de coação de prisão preventiva e a encaminhou para o Estabelecimento Prisional de Tires, em Cascais. A suspeita aguarda a extradição para o Brasil.
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