Ucrânia. As imagens da troca de prisioneiros entre Kyiv e Moscovo
A troca foi feita num local desconhecido e os soldados de Kyiv e de Moscovo foram transportados de autocarros, reporta a agência Reuters.
Notícias ao Minuto | 23:41 - 04/02/2023© REUTERS/Marko Djurica
Ao Minuto
Mundo
Guerra na Ucrânia
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou, na sexta-feira, que o país já “está a falar como um membro da comunidade europeia”, num dia marcado pela cimeira entre Kyiv e a União Europeia, que anunciou um apoio adicional de 25 milhões de euros para ajudar a desminagem de territórios da Ucrânia que estiveram temporariamente sob a alçada das forças armadas russas.
Por cá, o primeiro-ministro português assegurou que Portugal vai ceder às Forças Armadas ucranianas tanques Leopard 2 e adiantou que está neste momento em curso uma operação logística com a Alemanha para recuperação de alguns veículos.
António Costa acaba, assim, com a dúvida que pairava se Portugal ia, ou não, ajudar o país invadido com estes carros de combate. O primeiro-ministro adiantou, ainda, que nos próximos meses irá uma missão de Polícia Aérea para a Lituânia.
Boa noite! Terminamos aqui mais um acompanhamento AO MINUTO sobre o conflito na Ucrânia. Abriremos um novo registo na manhã de domingo. Obrigada por ter estado desse lado!
A troca foi feita num local desconhecido e os soldados de Kyiv e de Moscovo foram transportados de autocarros, reporta a agência Reuters.
A situação está a "complicar-se" no terreno contra as tropas russas na Ucrânia, que voltou a ser alvo de intensos bombardeamentos, reconheceu hoje o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
"Durante os 346 dias desta guerra, muitas vezes eu disse que a situação na linha de frente é difícil. E a situação está a ficar mais complicada", disse Zelensky na sua mensagem diária.
"Agora estamos em tal momento novamente. Um momento em que o ocupante está a mobilizar as suas forças cada vez mais para quebrar a nossa defesa. Está muito difícil agora em Bakhmut, Vougledar, Lyman e noutras regiões", acrescentou o chefe de Estado ucraniano.
"O inimigo está a reagrupar-se em certas áreas. Está a concentrar os seus principais esforços na condução de operações ofensivas nas direções de Kupyansk, Lyman, Bakhmut, Avdiivka e Novopavlivka", alertou o Ministério da Defesa ucraniano pouco antes.
O ministro da Defesa polaco, Mariusz Blaszczak, afirmou hoje que a Polónia já começou a treinar soldados ucranianos em solo polaco para conduzirem os tanques Leopard 2 que vários países anunciaram que vão entregar ao exército ucraniano.
Um vídeo, partilhado pelo Ministério da Defesa da Ucrânia, revela a total destruição do Mariupol Drama Theatre, após os bombardeamentos russos terem atingido a estrutura.
"Tudo o que restou do Mariupol Drama Theatre, onde centenas de civis morreram como resultado de bombardeamentos bárbaros direcionados pelos ocupantes. Podem destruir a cena do crime, mas os criminosos de guerra não podem escapar da punição", pode ler-se na legenda das imagens, publicadas na rede social Twitter.
All that is left of the Mariupol Drama Theater, where hundreds of civilians died as a result of targeted barbaric bombing by the occupiers. They can destroy the crime scene, but war criminals cannot escape punishment. pic.twitter.com/XiUGRcoUfF
— Defense of Ukraine (@DefenceU) February 4, 2023
Um médico de ajuda humanitária norte-americano foi assassinado na sexta-feira, na sequência dos combates ocorridos na cidade de Bakhmut, no leste da Ucrânia, reporta a agência Ukrinform.
De acordo com a Global Outreach Doctors, onde trabalha, o veículo onde Pete Reed seguia foi atingido por um míssil lançado pelas tropas russas.
O profissional de saúde, que estava a fazer voluntariado, era fundador da organização sem fins lucrativos Global Response Medicine (GRM), que atua em áreas de conflito.
Pete Reed estava na Ucrânia desde janeiro e, segundo a GRM, "foi morto enquanto prestava ajuda".
Yesterday, GRM founder Pete Reed was killed in Bakhmut, Ukraine. Pete was the bedrock of GRM, serving as Board President for 4 years. In January, Pete stepped away from GRM to work with Global Outreach Doctors on their Ukraine mission and was killed while rendering aid. #Ukraine pic.twitter.com/Tpwyou1LmM
— Global Response Medicine (@GRM_Global) February 3, 2023
A situação está "difícil" em Odessa, na Ucrânia, após um acidente ocorrido, este sábado, numa subestação de eletricidade na região.
O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, afirmou hoje que "a situação é difícil, a escala do acidente é significativa, é impossível restaurar rapidamente o fornecimento de energia, em particular para a infraestrutura crítica".
Na sequência do incidente, foram introduzidos cortes de energia de emergência, para retomar a operação do sistema de energia o mais rapidamente possível, e há meio milhão de pessoas que estão sem energia elétrica.
Um coronel ucraniano, Maksym Marchenko, esclareceu que o "grave acidente" ocorreu numa das "instalações de energia da Ukrenergo, que causou um incêndio".
"Por causa disso, a região de Odessa e a cidade de Odessa foram quase totalmente desenergizadas. Até agora, quase 500 mil habitantes não têm eletricidade. A nosso pedido, o ministro da Energia e o chefe da Ukrenergo foram enviados com urgência a Odessa. Já realizaram uma reunião urgente da sede operacional para restaurar os danos do acidente e fornecer eletricidade aos consumidores", afirmou o chefe da administração regional de Odessa.
A empresa de energia DTEK revelou que este foi o segundo "acidente de grande escala" ocorrido nas últimas 24 horas.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, falou telefonicamente com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, este sábado, concordando, mais uma vez, sobre a importância da comunidade internacional acelerar a assistência à Ucrânia.
"O primeiro-ministro disse que estava focado em garantir que o equipamento militar defensivo do Reino Unido chegasse à linha de frente o mais rápido possível", disse o gabinete do primeiro-ministro, num comunicado, citado pela Sky News.
Ambos os líderes "concordaram que era vital que os parceiros internacionais" dessem assistência à Ucrânia "para ajudar a aproveitar a oportunidade para repelir as forças russas".
Por outro lado, o líder da Ucrânia agradeceu a Sunak por "começar a treinar as tripulações ucranianas em Challengers", assim como referiu que discutiram a expansão das "capacidades do Exército ucraniano".
Zelensky enfatizou ainda a posição do seu país de que "representantes do agressor não têm lugar" nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.
Speaking with @RishiSunak, I thanked for start training 🇺🇦 crews on Challengers. We talked about further expanding the capabilities of the 🇺🇦 army, all-round support for Ukraine in the short & long term. I emphasized: representatives of the aggressor have no place at @Paris2024.
— Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) February 4, 2023
As autoridades ucranianas anunciaram hoje a libertação de 116 soldados e membros das forças de segurança do seu país, num grupo que inclui "defensores" de Mariupol, Gerson e Bakhmut, enquanto a Rússia divulgou a libertação de 63 militares.
"Conseguimos devolver ao nosso povo, os nossos heróis", anunciou o chefe de gabinete do Presidente, Andriy Yermak, através da sua conta na rede social Telegram.
De acordo com a mesma fonte, nesse grupo, encontram-se 87 soldados das forças armadas, sendo os restantes membros da polícia nacional, do serviço da guarda de fronteiras e dos serviços de emergência.
O Ministério da Defesa da Rússia anunciou hoje a troca de 63 prisioneiros de guerra russos, pela segunda vez este ano, graças aos esforços de mediação dos Emirados Árabes Unidos, sem informar quantos militares ucranianos foram enviados para Kyiv.
Como resultado de um complexo processo de negociações, 63 militares das Forças Armadas da Rússia regressaram dos territórios controlados por o regime de Kyiv", anunciou num comunicado.
Segundo o Ministério da Defesa, "neste momento, todos os militares estão em território russo" e "foi-lhes oferecida ajuda psicológica e médica necessária, além da possibilidade que lhes foi dada de comunicarem com a sua família".
O acordo de exportação de cereais a partir dos portos do sul da Ucrânia "está a correr como previsto", tendo sido transportados já cerca de 18 milhões de toneladas de alimentos, apesar das dificuldades levantadas em reuniões constantes.
"Não é um acordo fácil, estamos a falar de dois países em guerra, países que temos de colocar sentados numa mesa e ter acordos todos os dias para que os movimentos marítimos possam continuar", disse em entrevista à Lusa o porta-voz do Gabinete de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) na Ucrânia, Saviano Abreu.
O número de ucranianos a precisar de ajuda humanitária aumentou num ano seis vezes para 18 milhões, 40% da população, segundo dados do Gabinete de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), que descreve uma situação "urgente e dramática".
Tinha passado cerca de um mês desde o início da invasão russa quando o funcionário brasileiro da ONU de 39 anos chegou à Ucrânia e o cenário era de milhões e milhões de pessoas a sair das suas cidades, comboios abarrotados de gente a abandonar o país, estações lotadas e filas gigantes nas fronteiras. "São imagens que ninguém vai esquecer", disse Saviano Abreu em entrevista à Lusa, a partir de um abrigo subterrâneo em Kiev, quando a cidade enfrentava intensos ataques aéreos, recordando o desespero de habitantes que "tinham uma vida normal e da noite para a manhã fugiram das suas casas para sobreviver".
Apesar daquelas imagens que tiveram forte impacto em todo o mundo, ao fim de quase um ano na Ucrânia, outros três momentos marcaram Saviano Abreu, e o primeiro foi logo no início de abril, em Bucha, quando as forças russas abandonaram esta cidade nos arredores de Kiev, deixando um cenário de centenas de mortos, alguns com sinais de tortura, mutilação e abusos sexuais.
"Eu fui poucos dias depois da retirada das tropas russas a Bucha e vi aqueles corpos em valas comuns e aquelas imagens de uma perna, um braço, isso é algo que acho que nunca vai sair da minha cabeça", descreveu, além do cheiro dos cadáveres já em decomposição espalhados nas ruas "num ambiente de destruição", não só daquela cidade como também outras nas redondezas.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros canadiano adicionou esta sexta-feira à sua 'lista negra' 38 pessoas e 16 empresas russas acusadas de desinformação e divulgação de propaganda relacionada com o Kremlin, no contexto da invasão russa da Urânica.
Esta decisão do Governo português foi transmitida por António Costa à agência Lusa no final de uma visita que efetuou à missão militar portuguesa na República Centro Africana, em que também procurou salientar que o envio de tanques para a Ucrânia não colocará em causa a capacidade militar nacional em termos de equipamento
"Estamos neste momento a trabalhar para podermos ter condições de dispensar alguns dos nossos tanques. Sei quantos tanques serão [enviados para a Ucrânia], mas isso será anunciado no momento próprio", afirmou o líder do executivo.
De acordo com o primeiro-ministro, neste momento, Portugal está a trabalhar com a Alemanha para "permitir uma operação logística de fornecimento de peças, tendo em vista concluir a recuperação de alguns dos carros [de combate] que não estavam operacionais".
Bom dia! Damos início esta manhã a mais um acompanhamento AO MINUTO sobre os principais acontecimentos relacionados com a guerra na Ucrânia. Pode recordar o que de mais importante se passou ontem na ligação abaixo:
Comentários
Regras de conduta dos comentários