Jornalista detido durante protestos anti-Trump ameaçado de deportação

Mario Guevara cobria os protestos 'No Kings' em direto em espanhol nas redes sociais, a maior mobilização popular desde o regresso de Donald Trump à Casa Branca, quando os agentes o abordaram para o deter.

Mario Guevara, Jornalista,

© Reprodução/X

Lusa
19/06/2025 07:04 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Estados Unidos

Um jornalista salvadorenho que vive nos Estados Unidos há duas décadas enfrenta a deportação depois de ter sido detido enquanto cobria protestos anti-Trump, revelou na quarta-feira um grupo de defesa dos direitos da comunicação social.

 

Mario Guevara cobria no sábado os protestos "No Kings" ["Sem reis", em português] em direto em espanhol nas redes sociais, a maior mobilização popular desde o regresso de Donald Trump à Casa Branca, quando os agentes o abordaram para o deter.

"Deixem-me terminar... Não fiz nada de errado", referiu Guevara aos polícias em inglês, sem se opor à sua detenção, que foi transmitida em direto no seu canal de Facebook, que tem 783 mil seguidores.

De acordo com as imagens, Guevara usava um colete à prova de bala com o logótipo "Press" e um capacete de proteção enquanto cobria os protestos no condado de DeKalb, perto de Atlanta, Geórgia.

"Acabem com o ICE [Serviço de Imigração e Alfândega, a polícia de imigração dos EUA}", gritavam manifestantes pouco antes da sua detenção, perto de polícias e de Guevara, jornalista especializado em questões de imigração, pelo qual recebeu um Emmy em 2023.

"Estamos alarmados por saber que o jornalista Mario Guevara, que tem autorização para trabalhar nos Estados Unidos, foi transferido para o centro de detenção do ICE depois de ter sido detido enquanto cobria um protesto", denunciou o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) em comunicado, classificando o incidente como "uma erosão perturbadora da liberdade de imprensa nos Estados Unidos".

Numa carta detalhada ao condado de DeKalb, o CPJ defendeu que Guevara "não estava a obstruir o trabalho policial, mas a documentar um protesto" e expressou preocupação com a sua possível deportação dos Estados Unidos.

Numa audiência na segunda-feira, um juiz solicitou a sua libertação sob fiança, mas a polícia de imigração emitiu uma ordem de detenção, uma medida que permite que uma pessoa seja mantida sob custódia até à sua retirada dos Estados Unidos, alertou ainda o CPJ na sua carta.

"Não há absolutamente nenhuma razão para deportar um jornalista com autorização de longa data para trabalhar nos Estados Unidos", acrescentou a Fundação para a Liberdade de Imprensa, uma organização norte-americana que apoia repórteres independentes.

Desde que regressou ao poder, em janeiro, o Presidente norte-americano, Donald Trump, intensificou os esforços para deportar o maior número possível de imigrantes considerados ilegais, sobretudo para El Salvador, onde alguns estão detidos numa prisão de segurança máxima, conhecida por falhas nos direitos humanos.

Leia Também: Trump elimina serviço de linha de socorro destinado a jovens LGBTQ+

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