Lituânia apela à exclusão de embaixadores russos nos países da UE
O chefe da diplomacia lituana, Gabrielius Landsbergis, defendeu hoje em Riga que, com a guerra na Ucrânia, "não há argumentos para manter um embaixador russo em qualquer capital europeia" e exortou outros países a reduzir relações com Moscovo.
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Mundo Ucrânia
Na passada primavera, a Lituânia reduziu as suas relações com Moscovo após as informações sobre a morte de civis por parte das tropas russas no subúrbio de Bucha, arredores de Kyiv, recordou Landsbergis.
Nos últimos dias, a Estónia e a Letónia reduziram a sua representação em Moscovo.
O embaixador da Estónia foi expulso pelas autoridades russas, e ao embaixador da Letónia foi pedido que abandone o país antes da data fixada.
Landsbergis compareceu numa conferência de imprensa juntamente com os seus homólogos da Letónia, Edgars Rinkevics, da Estónia, Urmas Reinsalu, e da Polónia, Zbigniew Rau, após os quatro ministros firmarem uma declaração sobre a cooperação regional.
Os quatro chefes da diplomacia também consideraram que os atletas russos e bielorrussos devem ser impedidos de participar nos Jogos Olímpicos de 2024 em Paris, e mesmo que compareçam sob bandeira neutral.
A declaração recorda que "Estónia, Letónia, Lituânia e Polónia partilham uma experiência histórica similar de agressão e severa opressão por parte de regimes totalitários revisionistas durante muitas décadas do século XX".
"Devido ao nosso passado comum, desenvolvemos uma compreensão similar das ameaças potenciais, assim como a determinação de fortalecer a nossa segurança e proteger a nossa independência e integridade territorial", acrescenta o documento.
Por sua vez, o ministro polaco indicou que a sintonia do seu país com os Estados do Báltico é motivada por "também terem sido vítimas do império russo", um fator que explica o "especial apoio"à Ucrânia.
"Os nossos quatro países foram os que forneceram mais armas, munições e equipamento à Ucrânia, em comparação com os respetivos PIBs", susteve Rau.
Para além do apoio material, o ministro polaco indicou que Varsóvia tentou "chamar a atenção sobre a ameaça russa no flanco leste" da Europa "com declarações em fóruns como a União Europeia, a NATO e a ONU".
Já o ministro estoniano disse que o resultado da guerra na Rússia contra a Ucrânia é de "importância existencial" para os países bálticos e que a Ucrânia necessita de aviões de combate e mísseis de longo alcance para expulsar o Exército russo do seu território.
Ao ser questionado sobre a eventualidade de a Polónia fornecer aviões à Ucrânia, Rau não se comprometeu e disse que o tema "está a ser discutido".
Indicou ainda que as relações com a Rússia vão permanecer congelada num futuro previsível, com a possibilidade de serem retomadas caso Moscovo retire as suas tropas da Ucrânia, pague reparações de guerra e entregue a um tribunal internacional todas as pessoas na Rússia responsáveis pela decisão de desencadear a guerra.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e quase oito milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.110 civis mortos e 11.547 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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