Moldávia e UE assinam acordo de associação a 27 de junho
A Moldávia vai assinar formalmente um acordo de associação com a União Europeia (UE) a 27 de junho, anunciou, esta terça-feira, o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, rejeitando pressões externas, numa alusão a Moscovo.
© Lusa
Mundo Van Rompuy
Van Rompuy, que se encontra de visita oficial à Moldávia, indicou que o primeiro-ministro Iurie Leanca vai ser recebido em Bruxelas nessa data para assinar o acordo.
"Nós rejeitamos todo o tipo de pressões externas", alertou Van Rompuy, num comunicado divulgado após um encontro com o "número um" moldavo, citado pela agência AFP.
Numa alusão às pressões de Moscovo, acrescentou: "Nós apoiamos firmemente a soberania e integridade territorial da República da Moldávia no âmbito das fronteiras reconhecidas internacionalmente".
A Moldávia é, com a Geórgia, um dos dois países do antigo bloco soviético que subscreveram um pré-acordo de associação com a UE durante a Cimeira da Parceria Oriental de novembro em Vilnius, cuja assinatura definitiva ficou prevista para até 2015.
Situada entre a Roménia, a oeste, e a Ucrânia, a leste, a Moldávia, com 3,5 milhões de habitantes, predominantemente de língua romena, é o país europeu mais pobre, com um rendimento 'per capita' de 2.037 dólares (1.475 euros) em 2012, segundo o Banco Mundial.
A Moldávia, que pretende tornar-se membro da UE em 2019, tem uma pequena minoria russófona, tendo a tentativa de reaproximação ao bloco europeu suscitado críticas em particular na região separatista pró-russa de Transnístria.
Tal como a vizinha Ucrânia e a Crimeia, a Moldávia acolhe uma república autónoma de maioria russa, a Transnístria, que declarou a independência em 1991 e aprovou em referendo a integração do território na Federação Russa em 2006.
A declaração de independência da pequena república separatista, situada no norte da Moldávia, entre o rio Dniestre e a fronteira com a Ucrânia, não foi reconhecida por nenhum país.
Num comunicado separado, divulgado a partir de Bucareste, o Presidente romeno, Traian Basescu, sublinhou que subsistem na Moldávia "incessantes riscos de segurança" devido às suas relações com a Rússia.
Assim, apelou a Bruxelas para que acelere a assinatura do acordo, apontando que seria preferível ocorrer já a 27 de maio, a fim de permitir que os estados-membros o ratifiquem ainda antes do verão.
O "número um" da Roménia advertiu que novas tensões na Ucrânia poderão levar a Rússia a intensificar a pressão sobre a Moldávia.
Responsáveis russos invocaram a possibilidade de um aumento do contingente de tropas russas destacadas na fronteira de Transdniestria, com cerca de 1.500 efetivos atualmente, de modo a facultar ajuda aos russófonos daquela região.
Estas declarações levaram a que se estabelecessem paralelismos com a anexação pela Rússia da Crimeia, que fazia parte da Ucrânia.
"Resolver o antigo conflito de Transdniestria constituiria uma etapa maior com vista ao estabelecimento da confiança, estabilidade e prosperidade no seio da região", sublinhou Van Rompuy.
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