O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, deve desembarcar no aeroporto de Brasília por esta hora, proveniente dos Estados Unidos, onde se encontrava a passar férias, reporta a imprensa brasileira.
Na terça-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a prisão do ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro por "omissão" nos atos de vandalismo nas sedes dos três poderes da República, em Brasília, no último domingo. É considerado o principal responsável político dos incidentes.
O próprio Anderson Torres revelou, na sua página da rede social Twitter que iria regressar ao Brasil “para se apresentar à justiça” e preparar a sua defesa.
Anderson ainda era o secretário de Segurança do Distrito Federal, unidade federativa brasileira, no dia em que ocorreram as invasões levadas a cabo por bolsonaristas aos edifícios visados durante o ataque - o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal -, o que viria a causar o seu afastamento do cargo.
Hoje (10/01), recebi notícia de que o Min Alexandre de Moraes do STF determinou minha prisão e autorizou busca em minha residência. Tomei a decisão de interromper minhas férias e retornar ao Brasil. Irei me apresentar à justiça e cuidar da minha defesa.
— Anderson Torres (@andersongtorres) January 10, 2023
Foi demitido de funções por Ibaneis Rocha, o governador do Distrito Federal, também ele suspenso das suas funções por um período de 90 dias.
As detenções foram anunciadas numa altura em que tanto a Polícia Militar, como o governo do Distrito Federal têm vindo a ser alvo de duras críticas, devido à sua atuação durante os ataques de domingo, com suspeitas de conivência com os indivíduos que perpetraram a invasão.
Recorde-se que apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram no domingo as sedes do STF, do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, obrigando à intervenção policial para repor a ordem e suscitando a condenação da comunidade internacional.
A Polícia Militar conseguiu recuperar o controlo das sedes dos três poderes, numa operação de que resultaram cerca de 1.500 detidos.
A Polícia Federal brasileira informou que cerca de 600 pessoas presas acusadas de participarem nos atos, na maioria idosos com mais de 65 anos, mulheres que têm filhos pequenos e pessoas com comorbilidades graves, foram libertadas para responder em liberdade.
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