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Protestos antigovernamentais já provocaram 49 mortos no Peru

Um jovem de 16 anos morreu esta quinta-feira na cidade de Juliaca, no sul do Peru, onde decorreram confrontos violentos entre manifestantes e forças de segurança esta semana, elevando para 49 o número de mortos nos protestos antigovernamentais.

Protestos antigovernamentais já provocaram 49 mortos no Peru
Notícias ao Minuto

06:45 - 13/01/23 por Lusa

Mundo Peru

De acordo com o último relatório divulgado pela Provedoria do Povo, um civil de 16 anos morreu em Juliaca, na região de Puno, que, segundo vários 'medias', foi baleado na cabeça em 09 de janeiro, dia em que morreram 17 manifestantes.

Até agora, 41 manifestantes morreram em confrontos diretos com as forças de segurança, além da morte de um polícia, enquanto outras sete pessoas morreram "devido a acidentes de viação e por eventos relacionados com os bloqueios", destaca ainda este organismo.

A Provedoria do Povo também divulgou que 17 agentes da Polícia Nacional permanecem hospitalizados em Puno, depois de terem sido feridos nos confrontos.

O provedor da justiça recomendou esta quinta-feira ao Ministério Público que as investigações sobre o ocorrido em Juliaca sejam investigadas "por procuradores especializados em direitos humanos e interculturalidade".

Órgãos de comunicação locais noticiaram que existe uma "calma tensa" em Juliaca e que grupos de cidadãos estão a preparar-se para os funerais de várias das vítimas, enquanto as forças de segurança também se estão a organizar, embora não tenham sido relatados novos incidentes com as forças de segurança.

O governo do Peru divulgou esta quinta-feira que o aeroporto de Cuzco, porta de entrada para a cidadela inca de Machu Picchu, na região do sul do Peru, irá suspender temporariamente as suas operações "como medida preventiva", perante os protestos antigovernamentais.

Numa nota na rede social Twitter, o Ministério dos Transportes sublinhou que esta decisão pretende "salvaguardar a integridade das pessoas e a segurança das operações aéreas".

O anúncio surge um depois da morte de um manifestante em Cuzco, após um dia de protestos concentrados nas proximidades do aeroporto.

Os protestos populares, que prosseguem em várias regiões do país, em particular no sul, exigem a renúncia de Boluarte, a dissolução do Congresso, a convocação de uma assembleia constituinte, novas eleições para 2023, a libertação de Castillo, entretanto condenado a 18 meses de "prisão preventiva", e justiça para as vítimas dos protestos.

As manifestações iniciaram-se em dezembro passado, logo após Boluarte ter assumido a chefia do Estado na sequência da destituição de Pedro Castillo, pelo Congresso, acusado de promover um "autogolpe" que implicava a dissolução da câmara e novas eleições.

O primeiro-ministro do Peru, Alberto Otárola, garantiu esta quinta-feira que a Presidente Dina Boluarte "não vai renunciar" ao cargo, apesar dos protestos antigovernamentais que exigem a sua saída.

"A Presidente não vai renunciar. Não porque ela não queira, mas porque a Constituição exige que se consolide esta sucessão constitucional que ocorreu", sublinhou Otárola durante uma conferência de imprensa após o Conselho de Ministros.

O governante alertou ainda que uma eventual renúncia de Boluarte "abriria uma porta muito perigosa para a anarquia e o desgoverno".

Leia Também: Aprovada comissão para investigar mortes durante manifestações no Peru

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