Putin acusa Kyiv de organizar "ataques terroristas" contra a Rússia

O Presidente russo, Vladimir Putin, acusou hoje a Ucrânia de organizar "ataques terroristas" contra o seu país e questionou se há condições para dialogar "com aqueles que se apoiam no terror".

Putin

© MAXIM SHEMETOV/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
04/06/2025 20:37 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Ucrânia

"Entre pesadas perdas, recuando em todos os setores da frente, numa tentativa de intimidar a Rússia, a liderança em Kyiv passou a organizar ataques terroristas", declarou Putin durante uma reunião com o Governo transmitida em direto pela televisão.

 

O líder do Kremlin (presidência russa), que se referiu a recentes ataques ucranianos nas regiões fronteiriças de Bryansk e Kursk e à ponte da Crimeia, colocou de seguida em causa a exigência por parte de um cessar-fogo de 30 dias antes de negociações de paz, bem como de um encontro tripartido de alto nível, que incluiria o Presidente norte-americano, Donald Trump.

"Pedem a cessação das ações militares durante 30 ou mesmo 60 dias. Pedem uma reunião ao mais alto nível. Mas como é que uma reunião como esta pode ser realizada nestas condições? Para discutir o quê? Quem conversa com aqueles que se apoiam no terror, com os terroristas?", questionou.

Vladimir Putin acrescentou que uma trégua serviria apenas para "encher o regime [de Kyiv] com armas ocidentais, continuar a mobilização forçada e preparar outros atos terroristas semelhantes aos cometidos nas regiões de Bryansk e Kursk", onde as autoridades russas indicaram sete mortes e dezenas de feridos em resultado de explosões no passado fim de semana em duas pontes ferroviárias.

O Presidente russo concordou, por outro lado, com o seu chefe da diplomacia, Serguei Lavrov, que afirmou que Moscovo deve usar todos os meios ao seu dispor, incluindo as negociações, para atingir os objetivos estabelecidos ao lançar a sua campanha militar na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Numa fase em que a Rússia coloca pressão máxima nas frentes leste e norte da Ucrânia e prossegue os seus bombardeamentos em várias cidades do país, as forças de Kyiv lançaram no domingo uma operação especial bem-sucedida denominada "Teia de Aranha", que consistiu num ataque de 'drones' a partir de camiões pesados contra cinco aeródromos militares russos, dois dos quais na Sibéria.

O Presidente norte-americano revelou hoje que manteve uma conversa com Vladimir Putin, que lhe transmitiu "com muita veemência" que pretende responder aos recentes ataques ucranianos, e admitiu que este telefonema não vai levar "à paz imediata".

Especialistas russos e ocidentais esperam que Moscovo responda ao ataque ucraniano, realizado na véspera da segunda ronda de negociações entre as partes, na segunda-feira em Istambul.

Do encontro na cidade turca, resultou um acordo para a troca de todos os prisioneiros até aos 25 anos, bem como de todos os doentes e gravemente feridos, além dos corpos de soldados em posse das partes.

A Rússia divulgou entretanto a sua proposta de paz, que inclui as suas exigências maximalistas de reconhecimento internacional sobre as quatro províncias que ocupa parcialmente na Ucrânia (Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia), além da Península da Crimeia, e a retirada das tropas ucranianas destes territórios antes de assinar um cessar-fogo.

Moscovo pretende também a rejeição dos planos de Kyiv de adesão à NATO e dos seus projetos de militarização.

A Ucrânia, por seu lado, recusa ceder a soberania sobre aqueles territórios e exige um cessar-fogo incondicional de 30 dias antes de avançar nas conversações.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, referiu-se hoje a "um ultimato" de Moscovo, e reiterou a proposta para um encontro tripartido de alto nível com Putin e Trump, porque o atual formato negocial já "não tem sentido".

Leia Também: Putin e Papa Leão XIV falaram pela primeira vez: "Conversa construtiva"

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