Portugal e Angola alargam cooperação nos exames nacionais

O ministro da Educação português assinalou hoje o "sucesso" na cooperação com o Governo angolano, destacando o projeto relativo aos exames nacionais, que vai ser alargado, passando de uma fase piloto para uma abrangência de 40 mil alunos.

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Lusa
09/01/2023 12:26 ‧ 09/01/2023 por Lusa

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Educação

João Costa falava aos jornalistas em Luanda, após um encontro com a sua homóloga Luísa Grilo, em que felicitou o Governo angolano pelos passos que estão a ser dados no âmbito da avaliação externa do sistema educativo angolano, "um instrumento para recolher dados e poder decidir melhor".

Sobre a cooperação entre os dois países no domínio dos exames nacionais, considerou que tem tido "muito sucesso" com "aprendizagens recíprocas", o que permitiu no ano-piloto (2022) e "num tempo muito curto", garantir a qualidade do processo.

"Em Portugal, onde começámos com exames nacionais há 25 anos, demorámos algum tempo a ter estes padrões de qualidade", enfatizou.

"Vamos dar um salto de escala, passando de uma fase piloto para uma fase que já envolverá 40 mil alunos", adiantou o ministro, considerando que se trata de "um passo de gigante".

Angola e Portugal assinaram, em maio do ano passado, um protocolo para projeto-piloto "Exames Nacionais Angola 2022", nas disciplinas de língua portuguesa e matemática, abrangendo 2.100 alunos e 250 técnicos de educação formados por equipas portuguesas.

"Daí que esta cooperação seja tão importante, Portugal traz uma experiência já consolidada e podemos também ver o desenvolvimento de um projeto desta dimensão num país que tem ma realidade territorial e populacional muito maior do que a portuguesa", complementou o ministro, que espera consolidar este trabalho na sua visita a Angola.

A ministra da Educação angolana, Luísa Grilo, afirmou que na reunião de hoje foi avaliado o plano de cooperação bilateral e traçadas ações que se pretendem implementar no próximo projeto de cooperação.

Na quarta-feira vai ser realizado um simpósio em que serão analisados os passos seguintes no programa de cooperação com Portugal, e onde vai participar também o governante português, no final da sua visita de três dias a Angola.

Um dos principais temas em análise será o Plano Nacional de Leitura, adiantou Luísa Grilo.

No campo dos exames nacionais, a ministra angolana sublinhou que são necessários equipamentos tecnológicos apropriados, designadamente computadores, para fazer uma rápida classificação das provas.

"No ano passado, foi feito o piloto e este ano vamos começar a generalizar com 40 mil estudantes a fazer o exame. Precisamos de criar as condições necessárias e de contar ainda com o apoio de Portugal sobretudo na organização logística que não é tarefa muito fácil.

Os exames são direcionados às classes de transição no ensino geral angolano, nomeadamente a 6.ª (fim do ensino primário), a 9.ª (fim do primeiro ciclo) e 12.ª classe (fim do segundo ciclo).

Como novidade, além da língua portuguesa e da matemática, vão ser agora introduzidas as ciências da natureza e da física, disse a responsável da pasta da Educação.

Questionada sobre a possibilidade de os professores angolanos voltarem à greve em 16 de janeiro, Luísa Grilo disse que as negociações prosseguem.

"Até agora estamos a cumprir o que foi assinado em ata, vamos ver. Acreditamos que não haverá necessidade, estamos a trabalhar nesse sentido", salientou.

Os professores angolanos suspenderam o início da terceira fase da greve, cujo início estava previsto para 03 de janeiro, e deram uma moratória, até dia 16, para o Ministério da Educação apresentar propostas sobre remunerações.

Os educadores angolanos realizaram já duas fases de greve: a primeira entre os dias 21 e 30 de novembro e a segunda entre 06 e 16 de dezembro.

O Sindicato Nacional dos Professores (Sinprof) submeteu o caderno reivindicativo ao Ministério da Educação em 2019, mas até agora as partes não chegaram a acordo.

 

RCR // VM

Lusa/Fim

 

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