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Três milhões de pessoas no Níger expostas a crise alimentar aguda em 2023

Quase três milhões de pessoas no Níger estarão expostas a uma crise alimentar aguda em 2023, especialmente durante a estação chuvosa, advertiu o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da Organização das Nações Unidas (OCHA).

Três milhões de pessoas no Níger expostas a crise alimentar aguda em 2023
Notícias ao Minuto

18:07 - 30/12/22 por Lusa

Mundo Níger

"Atualmente, cerca de dois milhões de pessoas sofrem de insegurança alimentar aguda (entre novembro e dezembro) no Níger", lamentou a OCHA no seu último relatório.

O organismo observou, ainda, que apesar de ter havido uma época agrícola e pastoral adequada em 2022, as análises mostram que 2,9 milhões de pessoas podem sofrer uma insegurança alimentar aguda entre junho e agosto de 2023.

"Embora estes [valores] sejam inferiores aos números do ano passado, são mais elevados do que em anos considerados 'normais', como 2020/2021", explicou a organização.

Esta crise alimentar está a atingir duramente as crianças dos 0 aos 05 anos. Segundo a OCHA, "quase 300.000 crianças com menos de 05 anos foram tratadas por desnutrição aguda e grave".

A organização declarou que em 2022 a situação é também "preocupante" devido à "persistência da crise de preços, deslocamento forçado e insegurança".

A combinação destes fatores numa estação chuvosa (que foi precoce e mais longa do que o normal) está a fazer com que as famílias recorram a estratégias negativas de adaptação à emergência que afetam os seus meios de subsistência, como o endividamento, a venda das suas terras ou dos seus ativos produtivos, disse a agência da ONU, alertando que "os impactos terríveis [desta situação] serão sentidos em 2023".

A instituição das Nações Unidas salientou que a taxa global de desnutrição aguda é de 12,2% em 2022 (em comparação com 12,5% em 2021), sendo que 2,4% sofrem de desnutrição aguda grave e 9,8% de desnutrição aguda moderada.

Quase 300.000 crianças com menos de 05 anos que sofriam de desnutrição aguda grave foram hospitalizadas entre janeiro e setembro do ano passado para tratamento, sendo que 12% tiveram complicações médicas.

"No mesmo período, 275.000 crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 23 meses foram tratadas por desnutrição aguda moderada com o apoio do Programa Alimentar Mundial (PAM)", indicou a agência, que elogiou este apoio para prevenir "uma crise grave em 2022".

Segundo a OCHA, as perspetivas preocupantes para o próximo ano poderiam ter sido mais graves sem uma resposta rápida à crise alimentar sem precedentes do país em 2022.

Uma crise causada por uma série de fatores como a época agrícola e pastoral pobre de 2021/2022, o aumento dos preços dos alimentos, transportes e fertilizantes, a insegurança civil e a deslocação forçada.

De acordo com os indicadores do quadro harmonizado de março de 2022, mais de 4,4 milhões de pessoas estiveram em situação de insegurança alimentar aguda e grave na estação chuvosa de junho a agosto de 2022 no país.

"Este é um número recorde para o Níger e um aumento de mais de 90 por cento em comparação com o ano passado. Para a região da África Ocidental, este número subiu para mais de 38 milhões de pessoas no mesmo período, um aumento de 40 por cento em relação a 2021", afirmou a organização.

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