Croácia preocupada com chegada de centenas de chechenos às fronteiras
Centenas de cidadãos russos da Chechénia e do Daguestão chegaram nas últimas semanas à capital da Bósnia, Sarajevo, com a intenção de entrarem na União Europeia (UE) através da Croácia, de acordo com a agência de notícias croata Hina.
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Mundo Croácia
Estes imigrantes, refere a mesma fonte, já se encontram na fronteira com a Croácia, país da UE que em 2023 vai entrar no espaço Schengen de livre circulação, onde pretendem pedir asilo.
"Isto é claramente um abuso da hospitalidade do nosso país que essas pessoas estão a utilizar como plataforma de lançamento para entrar na UE", referiu o assessor do diretor da polícia de fronteira da Bósnia-Herzegovina, Svevlad Hoffman, citado pela Hina.
Para o porta-voz do diretor da polícia, "parte dos chechenos que chegaram são seguidores de Ramzan Kadyrov (líder extremista da Chechénia e aliado do Presidente russo Vladimir Putin) e as suas razões para entrar na UE são outras que não a obtenção de asilo".
Hoffman defendeu que a Bósnia-Herzegovina deve quebrar o acordo de isenção de visto com a Rússia e ajustar a sua política externa com a UE.
Devido à rejeição do líder sérvio-bósnio Milorad Dodik, a Bósnia-Herzegovina não adotou sanções contra a Rússia devido à sua agressão contra a Ucrânia.
A televisão regional N1 noticiou também esta terça-feira que a Croácia está relutante em oferecer aos chechenos a possibilidade legal de solicitar asilo.
"Eles querem pedir asilo político na Croácia. A Croácia, no momento, não aceita. Existem algumas divergências entre a nossa polícia de fronteira e a polícia croata", explicou ao N1 o ministro da Segurança da Bósnia, Selmo Cikotic.
Mas o Ministério do Interior croata negou que esteja a bloquear o pedido de asilo, lembrando que "os países candidatos à UE e, portanto, também a Bósnia-Herzegovina, têm a obrigação de ajustar o seu regime de vistos com a UE".
Os chechenos referiram aos 'media' locais que fugiram do seu país para evitar serem enviados como soldados na guerra lançada pela Rússia contra a Ucrânia.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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