Macron com compromisso de Aliev para abertura do corredor de Lachin

O presidente francês, Emmanuel Macron, recebeu hoje o compromisso do seu homólogo azeri, Ilham Aliev, da abertura do corredor de Lachin, a ligação terrestre com o enclave do Nagorno-Karabakh, para evitar uma crise humanitária.

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© Chesnot/Getty Images

Lusa
23/12/2022 20:45 ‧ 23/12/2022 por Lusa

Mundo

Emmanuel Macron

Durante o contacto telefónico entre Paris e Baku, Aliev "manifestou a intenção de ocupar-se da livre circulação no corredor", indicou o Eliseu em comunicado.

Macron manifestou "a suas profundas preocupações face ao aumento da tensão no Cáucaso do sul" e apelou "ao respeito pelo acordo de cessar-fogo de 09 de novembro de 2020", prossegui a presidência francesa.

"Exortou a que seja garantido o aceso sem entraves às organizações humanitárias e às agências da ONU em direção às populações afetadas", acrescentou.

O Presidente francês reconheceu a preocupação do seu homólogo sobre a exploração ilegal de minerais na região e ambos sublinharam "a importância pelo respeito das normas em vigor".

Os dois dirigentes também concordaram em prosseguir, em conjunto com os restantes países e organismos envolvidos, em particular a Arménia e Rússia, nas negociações para garantir "uma solução política duradoura na região".

Macron e Aliev concordaram em promover um novo contacto telefónico "nas próximas semanas".

Os combates de setembro passado entre forças militares da Arménia e do Azerbaijão foram os mais graves desde 2020, quando os dois países se confrontaram pelo controlo do Nagorno-Karabakh, foco de conflitos desde que, em 1988, decidiu autonomizar-se de Baku, e quando os dois países ainda estavam integrados na União Soviética.

A Arménia e o Azerbaijão declararam a independência em 1991 e o conflito, que se agudizou nos últimos meses, prosseguiu em torno do enclave do Nagorno-Kharabak, região em território azeri habitada quase exclusivamente por arménios (cristãos ortodoxos).

Este enclave declarou a independência do Azerbaijão muçulmano após uma guerra no início da década de 1990, que provocou cerca de 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados.

Na sequência deste conflito, foi assinado um cessar-fogo em 1994 e aceite a mediação do Grupo de Minsk (Rússia, França e Estados Unidos), constituído no seio da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), mas as escaramuças armadas continuaram a ser frequentes, e implicaram importantes confrontos em 2018.

Cerca de dois anos depois, no outono de 2020, a Arménia e o Azerbaijão enfrentaram-se durante seis semanas pelo controlo do Nagorno-Karabakh durante uma nova guerra que provocou 6.500 mortos e com uma pesada derrota arménia, que perdeu uma parte importante dos territórios que controlava há três décadas.

Após a assinatura de um acordo sob mediação russa, o Azerbaijão, apoiado militarmente pela Turquia, registou importantes ganhos territoriais e Moscovo enviou uma força de paz de 2.000 soldados para a região do Nagorno-Karabakh.

Apesar do tímido desanuviamento diplomático, os incidentes armados permaneceram frequentes na zona ou ao longo da fronteira oficial entre os dois países, culminado nos graves incidentes fronteiriços de setembro.

Leia Também: Macron "adia" entrada de Kyiv na NATO para não irritar Rússia

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