"Os femicídios são generalizados, assim como os atos de violência física, económica, política e sexual, tanto na esfera pública como na privada", criticou num comunicado a relatora jordana, apelando às autoridades líbias para "tomarem medidas urgentes para proteger as mulheres e meninas dos crescentes maus-tratos".
Alsalem mostrou-se particularmente chocada com "a profunda discriminação e o tratamento desumano de que são alvo mulheres e meninas de outras nacionalidades, com níveis horríveis de tortura, violência sexual, sequestros para exigir resgates, detenções, tráfico de pessoas, trabalhos forçados e assassínios".
A gravidade da situação, sublinhou, assenta em fatores como a instabilidade política que se vive no país, com falta de segurança e de um Estado de direito, a que se somam a proliferação de grupos criminosos e quadros jurídicos que não estão alinhados com os deveres da Líbia em matéria de respeito pelos direitos humanos.
A relatora, que foi convidada a visitar a Líbia pelo Governo de Unidade Nacional, lamentou os obstáculos impostos durante a sua visita, que incluíram atrasos na autorização para entrar no país e ausência de acesso a prisões e centros de detenção.
Reel Alsalem denunciou igualmente que não lhe foi permitido sair do aeroporto de Benghazi para investigar a situação das mulheres e meninas locais e ainda encontrar-se com elas na parte leste do país.
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