Meteorologia

  • 23 ABRIL 2024
Tempo
20º
MIN 13º MÁX 24º

Greves nos comboios no Reino Unido prenunciam semanas de contestação

Os trabalhadores ferroviários britânicos iniciam hoje uma paralisação de 48 horas que deverá afetar a maioria dos comboios em todo o país, continuando uma série de greves que nos próximos dias deverá afetar hospitais e aeroportos. 

Greves nos comboios no Reino Unido prenunciam semanas de contestação
Notícias ao Minuto

06:48 - 13/12/22 por Lusa

Mundo Reino Unido

O sindicato RMT (Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários, Marítimos e dos Transportes) rejeitou na segunda-feira uma oferta dos operadores ferroviários de um incremento salarial ao longo de dois anos de 5% e 4%, respetivamente.

A oferta impunha como condições um agravamento de 30% no horário de trabalho fora das horas normais e um corte de 50% nas tarefas de manutenção programadas, o que poderia levar à perda de milhares postos de trabalho, explicou o sindicato.

O secretário-Geral do RMT, Mick Lynch, considerou a proposta "inadequada" e garantiu que os membros estão "determinados" a continuar, acusando o Governo de recusar-se a "levantar um dedo" para ajudar e de ameaçar legislar contra as greves. 

O sindicato tem novas ações marcadas para 16-17 de dezembro, 24-27 de dezembro, 03-04 janeiro e 06-07 janeiro, afetando diretamente as deslocações de milhares de pessoas durante a época festiva. 

A greve deverá envolver cerca de 40.000 trabalhadores ferroviários e imobilizar uma grande parte dos serviços ferroviários britânicos pois abrange 14 empresas ferroviárias e o operador Network Rail.

As greves incluem os responsáveis pela sinalização, pelo que vão afetar o serviço das empresas cujos funcionários não participam.

Esta semana também estão previstas greves de examinadores de condução automóvel, carteiros, vigilância de auto-estradas, enfermeiros e em aeroportos, nomeadamente assistência de terra e controlo de passaportes. 

A contestação social é um resultado da subida da inflação, que chegou aos 11,1% em outubro no Reino Unido devido aos preços mais altos da alimentação e energia.

Perante o aumento do custo de vida, o Governo está sob pressão para promover consensos, mas recusa envolver-se nas disputas, alegando que as negociações são entre trabalhadores e empregadores e lamentou a repercussão nas pessoas. 

O secretário de Estado da Saúde, Will Quince, admitiu na segunda-feira que o Executivo está "profundamente preocupado" com os riscos que as greves dos enfermeiros nos dias 15 e 20 de dezembro representam para os doentes. 

Quince disse no Parlamento que é "inevitável" que alguns utentes tenham consultas canceladas e tratamentos atrasados.

Esta será a primeira vez que o sindicato dos enfermeiros Royal College of Nursing (RCN) convoca uma greve, em 106 anos de história, podendo mobilizar cerca de 300.000 profissionais.  

O Ministério do Interior também emitiu um alerta sobre a greve dos agentes de fronteiras entre 23 e 26 de dezembro e 28 e 31 de dezembro, coincidido com alguns dos dias mais movimentados nos aeroportos de Heathrow e Gatwick, que operam grande parte dos voos para Portugal. 

A paralisação convocada pelo sindicato da função pública PCS também vai afetar os aeroportos de Manchester, Birmingham, Cardiff e Glasgow, bem como o porto de Newhaven.

O secretário-geral, Mark Serwotka, antecipou uma grande adesão dos 100.000 membros de vários departamentos governamentais que reivindicam um aumento salarial de 10%, bem como outras garantias sobre pensões e a segurança no emprego.

"Pessoal militar, funcionários públicos e voluntários de todo o Governo estão a ser treinados", indicou o Ministério, avisando contudo que os passageiros devem estar preparados para "longos tempos de espera".

Algumas greves de comboios, autocarros e enfermeiros foram entretanto canceladas porque os respetivos sindicatos chegaram a acordo. 

Leia Também: PIB do Reino Unido recupera 0,5% em outubro

Recomendados para si

;
Campo obrigatório