Netanyahu, que tem o seu principal aliado na extrema-direita, havia pedido um adiamento de 14 dias, que esperava somar aos 28 dias que recebeu com o pedido inicial após a vitória do Likud nas últimas eleições legislativas.
Em tese, o também ex-primeiro-ministro, que regressa novamente ao poder, tem como objetivo formar uma coligação que reúna 64 dos 120 deputados do Knesset (parlamento de Israel).
Herzog, no entanto, concedeu-lhe apenas mais dez dias e, em carta pública, alertou que Netanyahu deve concordar com um Executivo que trabalhe "para toda a população de Israel", dado o risco de "ódio" e "violência" na sociedade.
O chefe de Estado israelita defendeu também um diálogo "respeitável e responsável" entre os diferentes poderes, depois de a coligação ter começado a estudar formas de neutralizar o poder dos tribunais quando se trata de bloquear leis ou decisões governamentais, segundo o jornal Times of Israel.
Netanyahu já tem a coligação acertada, mas na sua carte a Herzog afirmou que havia algumas coisas pendentes, inclusive a distribuição de cargos entre os diferentes partidos.
O Likud encerrou o seu último pacto com o Shas, partido ultraortodoxo, na noite de quarta para quinta-feira.
O primeiro-ministro cessante, Yair Lapid, que agora será a principal figura da oposição de Israel, pediu ao chefe de Estado que não autorizasse o adiamento solicitado por Netanyahu, um líder que descreveu como "fraco".
De acordo com Lapid, o seu previsível sucessor está a deixar-se chantagear pelos seus aliados para criar "um governo incapaz de governar".
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