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Atirador marroquino condenado a perpétua por atentado ao comboio Thalys

O marroquino Ayoub El Khazzani, mandatado pelo grupo terrorista Estado Islâmico a realizar um ataque a um comboio Thalys entre Amesterdão e Paris, em agosto de 2015, foi condenado na hoje a prisão perpétua por "tentativa de assassinato terrorista".

Atirador marroquino condenado a perpétua por atentado ao comboio Thalys
Notícias ao Minuto

15:45 - 08/12/22 por Lusa

Mundo Terrorismo

O tribunal seguiu à letra o pedido do Ministério Público, confirmando a decisão da primeira instância.

O marroquino de 33 anos foi condenado a 22 anos de prisão, estando também proibido de permanecer no país depois de cumprida a pena, tendo ouvido o veredicto sem reagir.

Durante a audiência de recurso, Ayoub El Khazzani entregou "poucos elementos úteis à investigação", afirmou David Hill, que preside o tribunal, ao anunciar a decisão.

"Existe uma dúvida sobre o trabalho de interrogatório" do acusado, continuou.

Convidado a falar antes da sentença, El Khazzani expressou o seu "arrependimento" e "vergonha" pelo ato que pretendia levar a cabo.

No julgamento de primeira instância, em dezembro de 2020, El Khazzani foi condenado a prisão perpétua, encontrando-se, desde agosto de 2015, numa solitária.

Neste segundo julgamento, o acusado repetiu, como no primeiro, que não quis "matar civis, mulheres ou crianças".

El Khazzani explicou que o ataque tinha como alvos os funcionários da Comissão Europeia, culpados, a seu ver, por "dar ordens às forças da coligação para bombardear a Síria".

O acusado expressou ainda "pesar" pelo seu plano, dizendo-se "feliz" por ninguém ter morrido.

"Se não houve uma única morte" no ataque planeado ao comboio Thalys Amesterdão -- Paris em 21 de agosto de 2015 "não é graças a Khazzani, mas sim à intervenção heroica dos passageiros", observou a procuradora do Ministério Público na declaração final.

Durante a audiência, El Khazzani não explicou como poderia ter distinguido os funcionários da Comissão Europeia dos restantes passageiros.

El Khazzani embarcou no comboio em Bruxelas com uma Kalashnikov com nove carregadores, contendo quase 300 munições, uma pistola semi-automática, um cortador de caixa e uma garrafa de líquido inflamável.

O ataque foi impedido pela intervenção de vários passageiros, incluindo dois soldados americanos desarmados, em trajes civis, que gozavam férias na Europa. Antes de ser dominado, El Khazzani disparou contra um passageiro que tinha conseguido a apanhar a sua Kalashnikov.

O objetivo do ataque a Thalys era "matar o maior número de pessoas possível", argumentou a acusação durante o julgamento.

O mandatário do ataque foi Abdelhamid Abaaoud, um recrutador do Estado Islâmico que coordenou os ataques de 13 de novembro de 2015 em Paris e Saint-Denis.

El Khazzani escondeu as ligações com Abdelhamid Abaaoud dos investigadores, até que Abaaoud foi morto pela polícia em Saint-Denis, cinco dias após os ataques de 13 de novembro.

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