O país asiático procura aumentar de forma drástica as suas capacidades de defesa para fazer face às crescentes ameaças que sente nas suas fronteiras, desde a Coreia do Norte à China passando pela Rússia após a invasão da Ucrânia.
O montante de 43 biliões de ienes para 2023-2027 foi anunciado hoje em Tóquio pelo ministro da Defesa, Yasukazu Hamada, após uma reunião com o primeiro-ministro, Fumio Kishida, e o ministro das Finanças, Shunichi Suzuki.
"Com este nível [de investimento] seremos capazes de atingir o nosso objetivo de fortalecer as nossas capacidades de defesa", disse à imprensa Hamada.
O anúncio surge uma semana após a decisão de Kishida de aumentar o orçamento anual de defesa para atingir 2% do PIB nacional até 2027, de um máximo de 1% até agora.
Mesmo que o Japão estivesse apenas a imitar um princípio há muito estabelecido entre os Estados-membros da NATO, tal objetivo é controverso no país, que tem uma Constituição pacifista desde 1947, o que limita muito os meios e as missões das suas "Forças de Autodefesa".
De acordo com a imprensa local, um dos objetivos do investimento militar adicional seria adquirir uma capacidade de "contra-ataque" com armas que pudessem atingir os lugares de lançamento de mísseis inimigos, mas que ainda seriam consideradas pelo Governo japonês como defensivas.
O Japão também corre o risco de ter de fazer duras concessões fiscais noutros setores, se quiser aumentar os seus gastos militares sem aumentar os impostos, enquanto o seu nível de dívida pública já é o mais alto entre os principais países industrializados, que se situa atualmente em mais de 260% do seu produto interno bruto (PIB), segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).
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