Aminu Adamu Muhammed, um estudante de 23 anos da Universidade Federal de Dutse, no estado de Jigawa (norte da Nigéria) "foi detido em 08 de novembro de 2022 à meia-noite por agentes suspeitos de pertencerem ao DSS [segurança do Estado]", de acordo com a Amnistia Internacional.
Esta detenção segue-se a uma mensagem publicada no Twitter "considerada degradante para a primeira-dama da Nigéria, Aisha Buhari", especifica o comunicado da ONG.
Segundo vários meios de comunicação nigerianos, o estudante teria afirmado em junho na rede social que a mulher do Presidente Muhummadu Buhari "ganhou peso depois de comer o dinheiro do povo".
A Amnistia Internacional "condenou severamente" a detenção e pede a libertação "imediata" e "incondicional" de Aminu Adamu Muhammed.
A família e amigos afirmam que Aminu está detido incomunicável, que foi transferido para Abuja e "sujeito a espancamentos, tortura e outras formas de maus-tratos", acrescenta a nota.
Contactado pela a agência France-Presse, o DSS disse não ter detido a pessoa em questão e a polícia federal não respondeu ao pedido de comentário.
As detenções ilegais são recorrentes na Nigéria, o mais populoso da África, que voltou a ter um regime democrático em 1999 após anos de ditaduras militares, mas onde as violações dos direitos humanos continuam a ser praticadas.
O Presidente Muhammadu Buhari, ex-líder militar na década de 1980, eleito democraticamente em 2015 e novamente em 2019, quando prometeu acabar com o "cancro da corrupção", está a terminar o segundo mandato sob uma chuva de críticas.
Em 25 de fevereiro de 2023, os nigerianos vão eleger o sucessor de Buhari, que terá de enfrentar imensos desafios já que o país, maior exportador de petróleo de África, está a afundar-se numa grave crise económica e de segurança.
Nos últimos anos, a administração de Buhari continuou a ser apontada por organizações de direitos humanos, em particular por violações da liberdade de expressão e opinião.
Muitos opositores e jornalistas foram detidos, as manifestações foram reprimidas de forma sangrenta e a rede social Twitter chegou a ser banida durante sete meses em 2021.
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