Soldado nigeriano efetuou disparos em base militar e matou duas pessoas
Um soldado nigeriano efetuou quinta-feira disparos numa base militar, matando um trabalhador humanitário e um camarada militar, na região nordeste do país, onde as forças armadas combatem a violência extremista que dura há uma década, disseram hoje as autoridades.
© Getty Imagens
Mundo Damboa
Um porta-voz do Exército nigeriano, Samson Nantip Zhakom, disse que as tropas na base de Damboa, na província de Borno, tomaram medidas para "neutralizar imediatamente" o soldado não identificado, acrescentando que o agressor foi abatido.
Um piloto de helicóptero do Serviço de Ajuda Humanitária da ONU ficou ferido em consequência dos disparos e está hospitalizado em condição estável, adiantou Zhakom.
"Uma investigação detalhada e ações corretivas subsequentes foram iniciadas para este muito lamentável incidente", disse Zhakom.
O trabalhador humanitário morto trabalhava para a organização não-governamental Médicos do Mundo, de acordo com a ONU na Nigéria.
O incidente chocou as organizações humanitárias no nordeste da Nigéria, onde agentes humanitários continuam a garantir assistência para salvar as vidas de milhões de pessoas afetadas pela insurgência de extremistas islâmicos.
O tiroteio levou o serviço aéreo da ONU -- que transporta trabalhadores humanitários e suprimentos na região problemática -- a suspender imediatamente as operações de helicóptero na área.
O assassínio do trabalhador humanitário é "profundamente perturbador e triste", disse Matthias Schmale, coordenador humanitário da ONU na Nigéria.
"Toda a equipa humanitária que trabalha no nordeste da Nigéria merece todo o nosso respeito pela sua coragem e compromisso de ficar e prestar assistência vital a pessoas necessitadas em circunstâncias muitas vezes difíceis e perigosas. Os trabalhadores humanitários devem ser protegidos", frisou Schmale.
Sabe-se pouco sobre o militar agressor ou a sua motivação para o ataque, embora no passado analistas tenham levantado preocupações sobre o bem-estar mental de alguns dos efetivos de segurança que combatem o extremismo islâmico.
Alegações de abusos de direitos humanos cometidos por soldados também são abundantes, especialmente de residentes que vivem perto deles.
"O problema psicológico -- o trauma e tudo mais -- pode ter algo a ver com isso, mas, por outro lado, os soldados comportam-se muito mal com suas armas", disse Jack Vince, analista de segurança, baseado no estado de Borno.
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