O jovem de 16 anos que, na última sexta-feira, levou a cabo um ataque a tiro em duas escolas de Aracruz, no estado brasileiro do Espírito Santo, guardou as armas após o massacre, almoçou e seguiu para a casa de praia da família com os pais, segundo revelou a Polícia Civil, esta segunda-feira.
Recorde-se que, na sequência do ataque, quatro pessoas morreram e mais de 10 ficaram feridas. O ataque ocorreu por volta das 09h30 (hora local) e o adolescente foi detido pelas 14h10.
Desde o ataque à detenção, o suspeito agiu sempre "naturalmente", tal como destacou a polícia, em conferência de imprensa.
"[Após o ataque] ele volta para casa em Coqueiral, pega todos os objetos que usou na ação e guarda para que os pais não desconfiem que ele tinha usado. Coloca tudo onde estava e fica no interior da casa como se nada tivesse acontecido. Os pais chegam e ele reage naturalmente", disse o superintendente da polícia João Francisco Filho, citado pelo site brasileiro.
De seguida, o suspeito foi para uma casa de praia, com os pais, onde foi detido.
As autoridades revelaram ainda que as investigações preliminares mostram que o atirador não terá escolhido as vítimas e fez disparos aleatórios.
Recorde-se que o adolescente entrou na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Primo Bitti e começou a disparar mal entrou no recinto. Depois, deslocou-se até à sala dos professores. De seguida, foi de carro até à escola particular Centro Educacional Praia de Coqueiral. No total, morreram quatro pessoas, três docentes, que lecionavam na primeira escola, e uma menina, de 12 anos, que estudava na segunda.
"Disse que escolheu aleatoriamente as vítimas, como a primeira sala era a dos professores, foi a sala que ele teve acessos mais fácil", explicou o delegado.
Já André Jareta, outro delegado da polícia, contou que o suspeito já entrou na sala dos professores a atirar, esgotou "as munições que tinha", saiu da sala, trocou de carregador e voltou à sala dos professores, descarregando novamente a arma.
Do ataque resultaram ainda cerca de uma dezena de feridos, dos quais cinco permanecem hospitalizados - três são professoras. Há duas pessoas em estado grave e uma adolescente, de 14 anos, em estado muito grave, tendo sido baleada na cabeça.
Tal como já tinha sido noticiado, no seu depoimento, o atirador disse que agiu sozinho, contudo, apesar destas declarações, as autoridades continuam a investigar se o suspeito recebeu a ajuda de outras pessoas no massacre.
As autoridades investigam, entre outros factos, o acesso e habilidade do suspeito com armas, o facto de saber conduzir e o acesso a um carro, bem como a sua possível ligação a grupos extremistas, uma vez que, no dia do crime, o jovem usava roupa com um símbolo nazi.
As armas usadas eram do pai do adolescente, polícia militar. As motivações não são conhecidas.
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