Poucas horas antes de cessar-fogo, combates continuam na RDCongo

Os rebeldes do Movimento 23 de Março (M23), que deverão cessar os combates hoje à tarde, ao abrigo do cessar-fogo alcançado, continuaram a ganhar terreno na sua ofensiva no leste da República Democrática do Congo (RDCongo), segundo fontes locais.

Pelo menos 19 civis mortos em ataques de milícia no nordeste da RDCongo

© Reuters

Lusa
25/11/2022 16:14 ‧ 25/11/2022 por Lusa

Mundo

RDCongo

De acordo com fontes civis e militares contactadas por telefone, estes confrontos, a cerca de 70 quilómetros a norte da grande cidade de Goma, opõem as milícias do M23 às milícias hutu do agrupamento (entidade administrativa) de Bambo, a oeste do Parque Nacional da Virunga.

"Ouvem-se armas pesadas, a população está em pânico", disse um líder da sociedade civil local.

Uma fonte de segurança confirmou que os confrontos, com palco em Bambo, foram entre o M23 e as Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR), rebeldes hutus ruandeses que estão presentes na RDCongo desde o genocídio de tutsis no Ruanda, em 1994.

De manhã cedo, também ocorreram breves combates em direção a Bwiza, não muito longe do antigo reduto do antigo líder rebelde tutsi Laurent Nkunda, ativo na região nos anos 2000.

Contrariamente, a situação parece estar controlada a norte de Goma, capital da província de Kivu Norte, onde uma linha de frente foi estabelecida há cerca de duas semanas, a cerca de 20 quilómetros a norte da cidade, em Kibumba, na Estrada Nacional 2.

Na quarta-feira, uma mini cimeira organizada em Luanda, como parte dos esforços diplomáticos para trazer a paz ao dilacerado leste da RDCongo, concordou com uma "cessação das hostilidades" até às 18h00 locais (17:00 GMT) de hoje, seguida da retirada dos rebeldes M23 "das áreas ocupadas" dois dias depois, bem como o seu "recuo para as suas posições originais".

Um porta-voz do M23 disse na quinta-feira à noite que o movimento "não estava realmente preocupado" com o acordo de Luanda porque não estava presente nas conversações.

"O M23 tomou conhecimento deste documento pelas redes sociais. Não havia ninguém [nosso] na cimeira, por isso não nos diz realmente respeito", disse Lawrence Kanyuka, o porta-voz político do M23 à agência France-Presse.

"Estamos sempre prontos para o diálogo direto com o Governo congolês para resolver as causas profundas dos conflitos", acrescentou o porta-voz.

Do lado do Governo, a resposta é outra: enquanto os rebeldes ocuparem partes do território congolês, Kinshasa recusa-se a falar com o M23, considerando-o um "movimento terrorista".

O M23, uma antiga rebelião de tutsis, voltou a pegar em armas no final do ano passado e foi considerado desde o início, por Kinshasa, como sendo apoiado ativamente pelo Ruanda, que já o negou. 

Os rebeldes passaram a controlar, recentemente, grandes extensões de território a norte de Goma, na RDCongo, tendo também garantido uma significativa quantidade de armamento.

Leia Também: Cessar-fogo decidido em Luanda "não nos diz respeito"

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