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Eurodeputadas portuguesas consideram diretiva sobre género insuficiente

Eurodeputadas portuguesas de vários partidos congratularam-se hoje com a aprovação de uma diretiva sobre equilíbrio de género nas administrações empresariais, mas consideraram que ainda há um longo percurso até à igualdade entre mulheres e homens.

Eurodeputadas portuguesas consideram diretiva sobre género insuficiente
Notícias ao Minuto

22:34 - 22/11/22 por Lusa

Mundo Parlamento Europeu

A diretiva, que recebeu 'luz verde' do Parlamento Europeu (PE) depois de ter sido aprovada pelo Conselho da União Europeia (UE) em 17 de outubro, visa promover uma representação mais equilibrada entre mulheres e homens nos conselhos de administração das empresas cotadas em bolsa, até 2026.

A eurodeputada do PS Maria Manuel Leitão-Marques disse à Lusa em Estrasburgo (França), onde o PE está reunido em plenário até quinta-feira, que o objetivo é que "os conselhos de administração, sejam empresas públicas ou privadas, tenham homens e mulheres".

"Esperámos muito tempo, 10 anos, por uma diretiva que faz justiça ao planeta onde metade são mulheres", disse Maria Manuel Leitão-Marques, aludindo ao tempo decorrido entre a primeira proposta da diretiva e a sua aprovação.

A eurodeputada do PSD Maria Graça Carvalho mostrou-se satisfeita com a decisão de hoje, e realçou que "o que se pretende é um equilíbrio dos vários géneros e que não haja um mais dominante do que outro".

"Nunca era a altura ideal para se chegar a um acordo entre os 27 Estados-membros", disse Maria Graça Carvalho à Lusa sobre o tempo que demorou a alcançar um consenso sobre a diretiva.

Marisa Matias, do Bloco de Esquerda, considerou que a transposição da diretiva para a legislação portuguesa "será simples, se houver vontade política para o fazer".

"A mão-de-obra feminina é igualmente qualificada, em algumas áreas até é mais qualificada que a masculina", defendeu.

Sandra Pereira, do PCP, disse que, apesar de a diretiva "trazer alguns avanços para algumas mulheres", eles não beneficiarão a "esmagadora maioria".

Referiu à Lusa que muitas mulheres continuarão com horários "completamente desregulados" e não desaparecerão as disparidades salariais para o mesmo trabalho, além das dificuldades das mulheres em concorrer a certos cargos devido ao seu papel na família.

O eurodeputado do CDS-PP, Nuno Melo, defendeu que a composição das administrações das empresas deve obedecer a "critérios de competência, que poderão mesmo justificar uma maioria ou unanimidade de mulheres".

Para Nuno Melo, as administrações das empresas não devem resultar de "imposições externas de natureza política".

"Não tendo sido expresso o voto, enquanto eurodeputado teria optado por votar contra", disse à Lusa.

A diretiva estabelece que, até 2026, pelo menos 40% dos cargos de administrador não-executivo das empresas cotadas em bolsa deverão ser ocupados por pessoas do sexo sub-representado.

Se os Estados-membros optarem por aplicar as novas regras aos administradores executivos e não-executivos, o objetivo será de 33% para todos os cargos de administrador, até 2026.

As pequenas e médias empresas com menos de 250 empregados estão excluídas da aplicação da diretiva.

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