"Hoje de manhã, no aeroporto de Tunes-Cartago, fui proibido de sair do território tunisino sem ter sido oficialmente notificado, tal como deve acontecer com qualquer decisão judicial", escreveu na rede social Twitter Fadhel Abdelkefi, líder do partido Afek Tounes (oposição), economista e antigo ministro.
"Constitui uma violação às liberdades fundamentais e constitucionais. É uma medida ilegal e é mais uma prova do estrangulamento político e da deriva acelerada do regime do Presidente Kais Saied em direção a uma ditadura", acusou, em comunicado, o partido Afek Tounes.
A ce titre, je souhaite comprendre comment s'est décidée mon interdiction de voyage : suis-je interdit de voyager en attendant qu'une plainte soit déposée sans en être informé ? Ou dois-je attendre qu'on monte un dossier sur mesure ?
— Fadhel Abdelkefi (@FadhelAbdelkefi) November 16, 2022
O partido de Abdelkefi apontou também o "procedimento repressivo" que se enquadra na "instrumentalização do aparelho do Estado" com o objetivo de "reprimir a oposição e as personalidades políticas" opositoras.
Numa declaração a uma rádio privada local, o porta-voz do Ministério do Interior tunisino, Faker Bouzghaya, indicou que a proibição de viajar "tem um cariz judiciário e não administrativo", sem avançar pormenores sobre as exatas motivações que levaram à tomada da decisão.
Várias organizações não-governamentais e partidos políticos acusam Kais Saied, que, unilateralmente, assumiu os destinos do país a 25 de julho de 2021, de reprimir as liberdades na Tunísia e que querer impor um regime autoritário, pondo em causa a jovem democracia do país onde começaram as revoltas associadas à primavera árabe, em 2011.
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