Líbia. Governo de Tripoli impede reunião do Alto Conselho de Estado

O Alto Conselho de Estado (ACE) líbio acusou hoje o primeiro-ministro da Líbia, Abdelhamid Dbeibah, de impedir a realização de reuniões deste órgão que funciona como Senado, o que está a gerar grandes tensões no poder em Tripoli.

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Lusa
14/11/2022 19:36 ‧ 14/11/2022 por Lusa

Mundo

Líbia

Veículos blindados de uma força armada sob a autoridade do Governo liderado por Dbeibah bloquearam hoje a entrada de uma sala de conferências de um grande hotel da capital, proibindo o acesso de membros do ACE, segundo imagens divulgadas pela imprensa local e nas redes sociais.

"Deveríamos votar hoje todos os artigos do quadro constitucional" que deveriam abrir caminho à realização das eleições, que estavam marcadas para dezembro de 2021 antes de serem adiadas 'sine die', lamentou Khaled el-Mechri, presidente da ACE, num vídeo publicado na rede social Facebook.

A reunião destinava-se também a discutir "a unificação do poder executivo", na prática o destino do Governo de Dbeibah, cuja legitimidade é contestada em particular pelo campo oriental do "homem forte" do leste do país, marechal Khalifa Haftar, que tem apoio no Parlamento.

"Nenhum hotel concordou em alugar-nos uma sala de conferências", denunciou el-Mechri, acusando o primeiro-ministro de estar por trás da recusa.

Segundo el-Mechri, é a primeira vez desde a revolução de 17 de fevereiro 2011 "que um chefe de Governo quer impedir que uma instituição soberana faça o seu trabalho".

A Líbia mergulhou numa grande crise política desde a queda do regime de Muammar Kadhafi, em 2011, prejudicada posteriormente por divisões entre o leste e o oeste do país.

Desde março que dois governos disputam o poder na Líbia, um com sede em Tripoli (oeste) e reconhecido pela ONU, e outro apoiado pelo Parlamento e pelos correlegionários de Haftar, com base no leste.

Após o desentendimento de hoje, a embaixada dos Estados Unidos pediu aos líderes líbios que "resolvam as divergências políticas através do diálogo e do compromisso" para que se possa alcançar uma solução para a realização de eleições "credíveis, transparentes e inclusivas".

A "ameaça" de usar a força é "desestabilizadora e mina os esforços de unidade nacional", pelo que "não resolve de forma sustentável" as divergências políticas, lê-se numa mensagem publicada pela missão diplomática norte-americana na rede social Twitter.

Tendo anunciado a intenção de levar o assunto a tribunal, el-Mechri entregou pessoalmente ao Procurador-Geral líbio uma queixa contra o chefe do Governo.

Leia Também: "Conspirações" dos EUA para promover "insegurança" no Irão falharam

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