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Justiça turca pede prisão efetiva para presidente da Câmara de Istambul

O Ministério Público da Turquia pediu hoje uma pena de pelo menos um ano e três meses de prisão para o presidente da Câmara de Istambul e também opositor do regime turco, Ekrem Imamoglu.

Justiça turca pede prisão efetiva para presidente da Câmara de Istambul
Notícias ao Minuto

14:31 - 11/11/22 por Lusa

Mundo Ekrem Imamoglu

O autarca -- que é uma das figuras mais ativas na oposição ao Presidente turco, Recep Erdogan, e que se prepara para participar nas eleições do próximo ano - foi processado por insultar os membros do Alto Conselho Eleitoral turco.

"O tribunal não respeitou nenhuma regra de procedimento. Há um desejo de condenar de forma apressada", disse o advogado de defesa, Me Polat.

Falando após as orações de sexta-feira, Imamoglu - que não compareceu à sessão de hoje no tribunal - disse que estava à espera de "uma absolvição", acreditando que o julgamento teria tido hoje um fim.

"Que Alá proteja o nosso país de pessoas sem consciência e ética. Estes processos judiciais estão a levar as pessoas ao desespero, especialmente as novas gerações. Mas ainda mantenho a esperança (...) Quero confiar na justiça da República da Turquia", disse o autarca de Istambul.

Após um interregno, o julgamento foi retomado hoje, num ambiente tenso, sete meses antes de uma eleição presidencial e legislativa que se espera venha a ser muito disputada e para a qual Imamoglu se preparava, para ser um dos principais protagonistas.

Numa entrevista televisiva, horas antes da audiência judicial de hoje, o autarca de Istambul considerou este julgamento "trágico", recordando que não é o único opositor do regime a ser processado judicialmente.

Na passada semana, um outro candidato presidencial, Kemal Kilicdaroglu, foi acusado de "divulgar notícias falsas" e, ao abrigo de uma nova lei sobre desinformação, pode ser condenado até três anos de cadeia, ficando impedido de concorrer às eleições do próximo ano.

Em março de 2019, a eleição de Imamoglu como presidente da Câmara de Istambul foi anulada pelo regime, que acabou por ter de reconhecer o resultado eleitoral, perante fortes manifestações populares.

Alguns meses depois destes episódios, Ekrem Imamoglu classificou os membros do Alto Conselho Eleitoral, que tentaram anular a sua eleição, como "idiotas".

O regime de Erdogan, que enfrenta uma grave crise económica, com uma inflação acima de 85% nos últimos 12 meses, parece querer tirar do caminho político todos os seus opositores, que já tinham sido condicionados pela onda de detenções a seguir à tentativa de golpe de Estado de 2016.

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