Uma série de ataques a transferências de prisioneiros entre prisões no Equador, na terça-feira, matou cinco polícias, com o presidente do país a responsabilizar os gangues e o crime organizado pela destruição.
No total, foram registados nove explosões em duas cidades, nas províncias de Guayas e Esmeraldas. O presidente Guillermo Lasso decretou o estado de emergência nas duas regiões, com as autoridades a realizarem operações de fiscalização e a imporem um recolher obrigatório a partir das 21 horas locais.
Os ataques começaram na madrugada de terça-feira, com seis explosões registadas na cidade de Guayaquil e dois polícias mortos no interior de um carro de patrulha. Mais tarde, um novo ataque matou mais três polícias.
Além das mortes, sete agentes foram sequestrados por prisioneiros, mas acabaram por ser libertados depois de negociações.
Segundo a agência Reuters, os ataques, alguns com recurso a explosivos, alvejaram transferências de prisioneiros entre os estabelecimentos prisionais do Equador, cujas prisões estão completamente sobrelotadas. O interior das prisões são palco de encontros violentos entre gangues, com a organização dos locais a ser gerido internamento pelo crime organizado, normalmente relacionado com o tráfico de droga.
A agência acrescenta que, em 2020, morreram pelo menos 400 pessoas no interior das prisões equatorianas. A prisão de Guayaquil é uma das mais violentadas do país, tendo sido transferidos 515 prisioneiros para aliviar a sobrelotação do estabelecimento.
O país é, à semelhança de outros territórios na América Latina, um dos principais pontos de tráfico internacional, entre os Estados Unidos e a Europa.
Numa mensagem de vídeo transmitida na terça-feira, Guillermo Lasso disse que os ataques de terça-feira "mostram claramente os limites que o crime organizado transnacional está disposto a ultrapassar". "Estamos a tomar medidas que os preocupam, daí a reação violenta", acrescentou o presidente.
Lasso também cancelou uma visita aos Estados Unidos nos próximos dias, de modo a coordenar a resposta aos ataques.
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